Depois de três dias, o atendimento na emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, foi normalizado por volta das 11h desta sexta-feira (11). A emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), superlotada, segue com restrições. A alta na ocupação atual dos setores não tem relação com casos de covid-19, conforme informações repassadas pelas instituições.
No HCPA, às 8h30min, a emergência registrava superlotação: 103 pacientes em uma área que comporta, no máximo 96, dispondo de 56 leitos — o número de atendimentos costuma ficar acima da quantidade de leitos disponíveis. São considerados, para a capacidade máxima de atenção, o espaço físico e os profissionais atuando no setor.
De acordo com José Pedro Kessner Prates Junior, médico pneumologista e emergencista, chefe do Serviço de Emergência Adulto do HCPA, não há nenhum caso de covid-19 no local nesta manhã. Em geral, são pacientes com doenças crônicas, transplantados ou em tratamento oncológico na entidade, além de ocorrências de acidente vascular cerebral (AVC), infarto ou hemorragia.
— Nos últimos cinco ou seis meses, a gente vem numa lotação bastante elevada. Tivemos momentos piores, com quase 150 pacientes na emergência. A semana passada foi melhor, com média de 80. Isso oscila muito, não há um fenômeno causal identificado. É uma questão que envolve o hospital, a capacidade de acolher, a regulação do sistema — explica Kessner.
Quanto às limitações, o médico diz que as pessoas são recebidas e classificadas. Quem apresenta baixo risco é orientado a procurar uma unidade de pronto-atendimento (UPA) ou unidade básica de saúde (UBS).
— Os pacientes com gravidade moderada ou elevada, sempre atendemos — afirma Kessner.
Na emergência do Conceição, que operava com o alerta de “restrição máxima” até as 11h, só eram atendidos, desde terça-feira (8), pacientes com risco de morte ou levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). De acordo com a assessoria de imprensa, as principais causas de busca por assistência, entre terça (8) e quinta-feira (10), foram dor abdominal (25 casos), dor torácica (21), mal-estar. AVC (13), dificuldade respiratória (11), problemas urinários (11) e problemas nas extremidades (nove).