Um estudo americano relatou o caso de um homem diagnosticado com a varíola dos macacos, sem ter ocorrido contato com outras pessoas que apresentaram sintomas ou tiveram a confirmação de infecção pela doença. O indivíduo, de 20 anos, diz não ter tido relações sexuais nos três meses anteriores.
O relatório foi publicado na revista científica Journal of Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. Em outro estudo, desta vez divulgado na última semana pelo jornal de saúde Annals of Internal Medicine, revelou que, em 200 pacientes testados em um hospital na França, de 13 pessoas infectadas, onze não desenvolveram sinais da doença posteriormente.
Os especialistas que trabalham para compreender melhor a doença, com número crescente de infectados em todo o planeta, estão intrigados com a possibilidade do vírus estar sendo transmitido de forma assintomática.
O fato de algumas pessoas estarem contraindo a monkeypox sem manifestarem sintomas ou terem contato com outras pessoas aparentemente infectadas ocorre em contraponto ao perfil da grande maioria dos casos registrados do surto, que afeta algumas regiões do mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 91% dos casos de disseminação da varíola dos macacos são relacionados a relações sexuais. Quando maior o contato de pele entre as pessoas, há mais risco de contaminação.
Conforme os relatos do homem em questão no estudo dos Estados Unidos, o contato de pele com pele mais próximo que ele teve foi em um show, 14 dias antes do aparecimento dos sintomas. No relatório, consta que "os participantes (do evento) estavam usando blusas e shorts sem mangas. Ele usava calças e uma blusa de manga curta. Não foi notado nenhuma lesão na pele dos presentes no local".