A Secretaria Estadual da Saúde (SES) ainda não tem data definida para iniciar a vacinação contra a covid-19 de crianças de três e quatro anos com a CoronaVac. O governo do Estado aguarda o envio de nota técnica com orientações do Ministério da Saúde e também o repasse de mais doses.
Segundo Tani Ranieri, chefe da Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), está sendo realizado um levantamento junto aos municípios para saber o número de doses disponíveis do imunizante produzido pelo Instituto Butantan, de São Paulo (SP), em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
— Hoje, a gente não dispõe de estoque. É necessário ter os números desse levantamento em mãos e também a notícia, do ministério, de quando receberemos um aporte de vacinas para dar início à vacinação desse público — disse Tani, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, nesta segunda-feira (18). — Crianças e adolescentes que receberam essa vacina como primeira dose têm garantida a segunda dose. É regra guardar o imunizante para garantir o esquema primário completo. Não há falta de vacinas para esse grupo. Não dispomos é de quantitativo extra para dar início à vacinação das crianças de três e quatro anos em todos os municípios gaúchos — complementou.
A utilização da CoronaVac nessa faixa etária foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada, depois de meses de avaliação técnica dos dados, iniciada em março, quando o Butantan submeteu o pedido. Essa autorização também inclui crianças de cinco anos, para as quais já era disponibilizado o imunizante da Pfizer. Até então, a CoronaVac podia ser administrada em crianças e adolescentes de seis a 17 anos.
De acordo com a SES, o público de três e quatro anos no Rio Grande do Sul é de cerca de 281 mil crianças — com a necessidade de duas aplicações, em um intervalo de 28 dias, o número sobe para 562 mil doses.
A expectativa da SES é de que o ministério se manifeste ainda nesta semana. Contatada pela reportagem de GZH, a assessoria de imprensa da pasta informou que a nota técnica será publicada "nos próximos dias".
— É também do nosso interesse dar início à vacinação desse público. Entre as internações de crianças por síndrome respiratória aguda grave, a covid ainda é um dos agentes com maior prevalência. É importante estender a vacinação a essas crianças para termos uma garantia melhor de imunidade — afirmou Tani.
A baixa adesão à vacinação no grupo de cinco a 11 anos preocupa as autoridades.
— Está muito baixa a cobertura. Temos em torno de 67% de crianças com primeira dose, mas apenas 44% retornaram às unidades de saúde para completar o esquema. É superimportante que os pais tenham segurança em relação à aplicação da dose nos seus filhos e que se dirijam às unidades de saúde para completar o esquema vacinal. Uma dose não é suficiente para produzir uma eficácia robusta — frisou a representante do Cevs.
Seis capitais brasileiras começaram a vacinar crianças de três e quatros anos nesta segunda. Porto Alegre, conforme a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), depende do repasse de doses pela SES.