Os registros de novas contaminações, internações e óbitos provocados pelo coronavírus apontam para um cenário de estabilidade da pandemia no Rio Grande do Sul no mês de julho.
Neste domingo (17), a média móvel de mortes calculada para os sete dias anteriores apresentou um leve recuo de 3,9% em comparação a dois finais de semana atrás, enquanto o patamar de novas infecções variou 1% para baixo. Ainda assim, a média de 14 novas vítimas da covid-19 a cada dia no Estado indica que é preciso manter medidas de prevenção contra o vírus.
Por critérios epidemiológicos, a pandemia dá sinais de crescimento ou declínio quando supera a margem de 15% de variação para mais ou para menos, respectivamente, na comparação com duas semanas antes. Desde o começo do mês, esses limites máximo e mínimo foram superados apenas quatro vezes em relação a óbitos (duas vezes para baixo e outras duas para cima), e nenhuma vez quando se consideram novas infecções.
O epidemiologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Paulo Petry observa que a situação atual é fruto da circulação da variante Ômicron, bastante transmissível, em contraste com uma maior proteção oferecida pela vacinação — incluindo as doses de reforço.
— Podemos dizer que estamos em estabilidade, sem observar tantos casos graves, apesar desta variante estar circulando, em função das vacinas. Embora muito transmissível (Ômicron), a ótima proteção das vacinas faz com que os indicadores de internação e óbitos não sigam a mesma proporção — avalia Petry.
De toda a população gaúcha, 81% estão com o esquema vacinal primário em dia, com duas doses ou dose única, e 56,2% tomaram também os reforços e completaram a imunização prevista.
O painel da Secretaria Estadual da Saúde (SES) indicava 131 pessoas com coronavírus em leitos de terapia intensiva (UTI) no final da tarde de domingo, contra 153 dois domingos antes, uma queda de 14%, também dentro dos parâmetros de estabilidade. Nos leitos clínicos, em compensação, a variação foi de 511 para 551, subida de 8%.
Apesar de essas oscilações não serem expressivas, o custo diário da pandemia em número de vidas perdidas ainda é significativo. Desde o início do mês, a média diária de óbitos tem oscilado entre 13 e 18. As novas contaminações têm ficado, também na média semanal, acima de 3 mil ao dia. Por isso, ainda se recomendam medidas preventivas como tomar as doses indicadas de vacina, higienizar as mãos e usar máscara em locais fechados ou com aglomeração.
O mais recente boletim epidemiológico da SES apresentou mais cinco óbitos, somando um total de 40.291 vítims, e 1.031 novas infecções. Desde o começo da pandemia, 2.602.241 pessoas já foram infectadas no Estado, das quais 97% já se recuperaram. Outras 25.753 seguem em acompanhamento.