O Rio Grande do Sul chegou a 61 mortes por dengue em 2022, sendo que as duas mais recentes, que entraram na quarta-feira (6) no painel da Secretaria Estadual da Saúde (SES), aconteceram em Cachoeira do Sul, na Região Central, e em Novo Hamburgo. Com nove óbitos, o município do Vale do Sinos apresenta o maior número de vítimas do Aedes aegypti.
Segundo a responsável pelo programa de arboviroses do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), a enfermeira Cátia Favretto, não há algo que explique o fato de Novo Hamburgo ser a cidade com mais mortes pela dengue, já que a rede de saúde do município está preparada para esse tipo de atendimento.
— Não tem explicação. É uma cidade com grande número de casos de dengue, e a partir do momento que tem circulação sustentada do mosquito, começam a ocorrer os óbitos — diz.
Um óbito que inicialmente foi registrado em Viamão foi corrigido e saiu do sistema. Isso porque o município havia dito que a causa do óbito era dengue, mas verificou-se outro motivo, garante a enfermeira.
Ao todo, segundo ela, já são 27 municípios gaúchos que registraram mortes pela doença em 2022, sendo que a cidade com maior incidência de infecções é Lajeado, que apresenta taxa de 4.782, contra 661 de Novo Hamburgo — o município no Vale do Taquari, no entanto, contabiliza quatro mortes. Desde 2000, quando começou a série histórica da dengue, nunca houve um número tão alto de mortes no mesmo ano no Estado. Até então, 2021 era o ano com maior número de óbitos, um total de 11.
De acordo com a enfermeira, já é possível notar uma queda nas notificações de suspeita de dengue durante o inverno, embora haja grande quantidade de alertas represados no sistema da SES e que ainda são checados. O esperado para a época mais fria do ano não é uma inexistência da doença, conforme acontecia no passado, mas uma trégua.
— Desde 2020 os casos de dengue vêm acontecendo até mesmo no inverno no Rio Grande do Sul. Eles vão existir durante todo o ano, embora agora no frio haja uma queda. O momento, agora, é de os municípios fazerem a fiscalização e a conscientização das pessoas para que não tenhamos grande número de casos quando o inverno terminar — defende Cátia.