A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (14) que convocará uma reunião de seu comitê de emergência em 23 de junho para avaliar se a varíola dos macacos representa uma "emergência de saúde pública de alcance internacional".
O órgão também divulgou uma guia provisório onde recomenda a vacinação de contatantes e grupos prioritários da doença (leia mais abaixo). A União Europeia já anunciou a compra de 100 mil doses de imunizante de um laboratório dinamarquês. A proliferação atual de casos é "incomum e preocupante", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, em coletiva de imprensa, para justificar esta futura reunião.
Vacinação
Também nesta terça-feira (14), a OMS publicou uma série de recomendações provisórias de medidas para evitar a proliferação da doença. Embora não recomende a vacinação em massa, indica a imunização de pessoas em contato com quem teve diagnóstico confirmado, preferencialmente aplicada em até quatro dias após exposição e em até 14 dias na ausência de sintomas.
A imunização também é recomendada para profissionais de saúde com alto risco de exposição, como trabalhadores de laboratórios que fazem a análise do ortopoxvírus e que fazem diagnóstico de varíola, além de outros trabalhadores designados por autoridades nacionais de saúde pública.
A OMS não recomenda o uso do imunizante utilizado para a erradicação de varíola nos anos 1980, pois não seguem os padrões atuais de segurança e fabricação. A indicação é aplicar vacinas de segunda e terceira geração, que seguem padrões atuais.
Ainda segundo a OMS, medidas de controle e diagnóstico da doença, além da vacinação dos grupos específicos, podem evitar um surto mundial.
A varíola dos macacos, que não costuma ser mortal, pode causar febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios linfáticos inchados, calafrios e fadiga. Depois aparecem erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e crostas. Seus sintomas geralmente desaparecem dentro de duas a três semanas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 8 de junho, o número de casos confirmados da doença era de 1,3 mil no mundo em países não endêmicos. A doença é endêmica em 11 países da África Ocidental e na África Central.
No Brasil, são três casos confirmados: um no Rio Grande do Sul e dois em São Paulo. O Ministério da Saúde investiga outros cinco em São Paulo, Acre, Ceará, Maranhão e Bahia. Uma morte, registrada em Minas Gerais, também foi reportada à pasta para ser investigada.