A Secretaria Estadual da Saúde (SES) oficializou o encerramento dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto do Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivos para pacientes com covid-19 no Rio Grande do Sul. A medida foi anunciada junto da retirada de 478 leitos UTI covid que constavam na contabilidade das unidades UTI do Estado.
O fim desses espaços ocorre por decisão do governo federal, e estava previsto para 31 de dezembro de 2021. No entanto, com chegada da variante Ômicron e os pedidos de governadores e prefeitos, a mudança foi adiada duas vezes. Mas, desde 1º de março, estados e municípios não contam mais com o financiamento para manter os leitos, que, a partir do anúncio feito na terça-feira (28), deixam de existir oficialmente.
— É uma oficialização do fim dos leitos de covid, que já estavam desativados, não tinham mais financiamento (do governo federal). Eles estavam sendo contabilizados porque a estrutura estava lá (nos hospitais). Então, foi mais uma medida administrativa — explica Eduardo Elsade, diretor do departamento de regulação da Secretaria Estadual de Saúde.
O Estado chegou a ter cerca de 1,5 mil leitos UTI emergenciais exclusivos para covid-19 durante o auge da pandemia. Porém, com a redução de casos graves da doença, o governo federal iniciou a descontinuação desses espaços em todo o país. De acordo com a SES, das UTIs covid abertas nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde manterá 366 leitos no Estado, mas agora convertidos em leitos de UTI geral.
Conforme dados da SES, o Estado tem, hoje, 1.273 leitos UTI SUS e 735 leitos UTI privados. Na quarta-feira (29), havia 154 pessoas com covid-19 em UTIs em hospitais gaúchos, o que representa 8,4% do total de pacientes internados.
O Ministério da Saúde determinou a reclassificação dos leitos que permanecerão ativos no Brasil como UTIs convencionais “o quanto antes, para evitar inconsistências nas unidades”, conforme nota destinada a gestores, publicada no site Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) neste mês.
— (O paciente com covid-19) será tratado como se tivesse uma infecção por H1N1 ou outra virose. Ele será isolado se estiver na fase de transmissão — explica o diretor do departamento de regulação da SES.
De acordo com Eduardo Elsade, a maioria dos equipamentos adquiridos para as UTIs covid ficará nos hospitais. O que não está mais nas instituições de saúde são os dispositivos alugados pelo Estado, que foram devolvidos para evitar custos desnecessários. Elsade acrescenta que, em um cenário de aumento de casos graves, o sistema de saúde estadual terá estrutura para suprir a demanda por atendimentos.
"Apesar do encerramento, o número de leitos que continuarão em atividade é considerado suficiente para atender a demanda da população gaúcha, de acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, que é de ao menos um leito para cada 10 mil habitantes", informou a Secretaria Estadual da Saúde por meio de nota.