Mães de crianças com deficiência se mobilizaram em Sobradinho, no Vale do Rio Pardo, para pedir à prefeitura melhora no atendimento de seus filhos na área da saúde. Conforme Aline Aguirres, 22 anos, que é mãe de um menino autista, há cerca de 40 crianças na fila para receber ou ampliar atendimentos de fonoaudiologia, terapia ocupacional e um método específico de terapia comportamental.
– Meu filho tem terapia e fono uma vez por semana. O ideal é que sejam duas vezes por semana, segundo os médicos, mais o método ABA terapia (uma aplicação científica específica de terapia comportamental) – reclama Aline, que atualmente não trabalha para poder cuidar do filho.
Segundo Aline, essa defasagem de atendimentos tem provocado regressão na criança:
– Ele começou a se alimentar com dois anos. Isso (atendimentos em número menor) pode prejudicar e ele parar de comer. Ele já está regredindo. Tem coisas que ele conquistou, que ele já está perdendo. Ele não tem o mínimo de comunicação.
O prefeito de Sobradinho, Armando Mayerhofer, conta que o município destina R$ 354 mil por ano para comprar vagas de atendimento na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Além disso, segundo ele, oferece atendimentos de fonoaudiologia, fisioterapia e psicologia na rede municipal. Mayerhofer admite, no entanto, que não é suficiente.
– No momento não podemos atender todas. A grande maioria dos municípios não faz isso. Há muito tempo estamos dando atenção a essas crianças. Nossa obrigação é a atenção básica, mas estamos indo além – argumenta o prefeito.
Conforme Mayerhofer, será firmado um aditivo no atual contrato com a Apae para ampliar os atendimentos a essas crianças:
– Nós vamos fazer um aditivo em 25% do valor contrato, que é o máximo que a legislação permite em um ano, para atender mais 15 crianças na Apae. Vamos atender crianças com maior vulnerabilidade social. Tem famílias que têm condições de pagar o atendimento.
Uma espécie de estudo social é feito para selecionar essas 15 crianças que estão em famílias com maior vulnerabilidade. A iniciativa é criticada pelas famílias, que defendem que todos tenham o mesmo direito e sejam atendidos.