O Rio Grande do Sul contabilizou quase o triplo de casos confirmados de dengue neste ano em relação ao mesmo período de 2021. É o que aponta o levantamento parcial de dados divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde até parte da semana epidemiológica 18, que vai até 5 de maio. Conforme essas informações, o Estado teve 19.159 confirmações em 2022, sendo que em 2021, no mesmo intervalo, eram 6.474 (confira os dados no gráfico abaixo).
Os dados são parciais, porque houve uma falha no sistema do Ministério da Saúde, que é onde os casos são contabilizados. Em razão disso, não houve o fechamento da semana epidemiológica 18 (que seria no dia 6 de maio). A SES aguarda a normalização nos próximos dias para realizar um comparativo com os casos que faltam.
Para Cátia Favreto, especialista em saúde responsável pelo programa das Arboviroses do Rio Grande do Sul, apesar de parciais, os resultados já mostram que houve um pico de casos na semana 12, que foi de 20 a 26 de março desse ano. No entanto, ainda não é possível afirmar que os casos estejam caindo.
— A gente consegue analisar que teve esse pico, mas eu não consigo dizer se a gente já está baixando, porque, como esses dados não são atualizados, pode ser que hoje já tenha um pico maior do que o da semana 12 — explica a especialista.
Para Favreto, o aumento dos casos está relacionado com a pandemia, que pode ter feito com que as pessoas reduzissem os cuidados com água parada. Apesar disso, a enfermeira acredita que os registros possam cair no próximo mês. Isso ocorre porque se trata de uma doença sazonal, que geralmente tem mais casos de dezembro a maio. Com a chegada das temperaturas mais baixas é esperado que o mosquito Aedes aegypt se prolifere menos devido ao frio.
Confira medidas para evitar a proliferação dos mosquitos
- Verifique os vasos de plantas, retirando os pratinhos. Passe esponja para limpar os ovos que ficaram aderidos e podem sobreviver até 400 dias sem contato com a água;
- Bromélias e outras plantas podem acumular água. Nas plantas no solo, dê um jato de água nas folhas para remover larvas que tenham se desenvolvido no encaixe das folhas;
- Veja se tem materiais em uso e que possam acumular ou estejam com água, como baldes, potes e garrafas. Caso identifique, é importante secar, tampar ou colocar em local coberto;
- Caixas d'água, tonéis ou recipientes para armazenamento de água da chuva devem ser mantidos tampados e sem frestas — ou, então, colocar tela milimétrica (usada em mosquiteiros);
- Materiais que podem ser descartados, como latinhas, embalagens plásticas, vidros e garrafas PET devem ser recolhidos e colocados em um saco plástico para a coleta seletiva de lixo;
- Verifique se a calha está desimpedida, removendo folhas e outros materiais que possam impedir o escoamento adequado da água;
- Inspecione os ralos. Se mesmo em dias secos estiverem com água, deve-se colocar tela milimétrica ou, semanalmente, acrescentar água sanitária no ralo para matar as larvas;
- Piscinas plásticas pequenas devem ser periodicamente esvaziadas ou tratadas com cloro;
- Piscinas fixas devem ser limpas uma vez por semana e tratadas com cloro sempre;
- Pneus devem ser mantidos em locais cobertos ou fazer furos grandes para escoamento da água, caso os utilize na área externa;
- Banheiros externos e áreas sem uso devem ser mantidos com vasos sanitários tampados e com tela milimétrica nos ralos;
- Pessoas contaminadas com a dengue devem se proteger com repelentes e utilizar roupas compridas, para evitar que os mosquitos as piquem.