A China determinou o confinamento de uma cidade industrial de 9 milhões de habitantes por um um surto de coronavírus, que se propaga pelo país com mais de 4,7 mil casos registrados nesta terça-feira (22) — uma onda de contágios que virou um teste para a estratégia "covid zero" do governo.
Shenyang, um polo industrial que abriga uma fábrica da BMW, registrou 47 contágios nesta terça. As autoridades ordenaram que os moradores permaneçam em casa e anunciaram que não poderão sair à rua sem um resultado negativo de um teste feito nas 48 horas prévias.
A cidade é a capital da província de Liaoning, no limite com Jilin (norte), epicentro da atual onda epidêmica, devido à variante Ômicron.
As autoridades de saúde registraram nesta terça-feira 4.770 novos casos em todo o país, a maioria em Jilin. A cidade de Shenyang, também na região norte, entrou em confinamento na segunda-feira à noite.
A China atuou nas últimas semanas para tentar erradicar os focos de infecção com alguns confinamentos direcionados e testes em larga escala. No sábado, o país registrou duas mortes por covid-19, as primeiras em mais de um ano provocadas pelo coronavírus.
As autoridades alertaram para o risco econômico provocado pelos confinamentos constantes, enquanto o país tenta equilibrar a crise de saúde com as necessidades da segunda maior economia do mundo.
O presidente chinês, Xi Jinping, insistiu na semana passada na necessidade de "minimizar o impacto" da pandemia sobre a economia, mas ao mesmo tempo fez um apelo para que as autoridades prossigam com a a política "covid zero".
A atual onda de contágios representa um teste para a estratégia chinesa, o que obriga as autoridades a liberar leitos de hospital com pacientes que apresentam sintomas moderados. Algumas cidades, como Xangai, aplicam confinamentos a edifícios específicos, evitando um bloqueio de toda cidade, apesar do registro de centenas de casos diários.
O centro tecnológico de Shenzhen anunciou na segunda-feira a suspensão do confinamento de uma semana, depois de flexibilizar algumas medidas na sexta-feira para minimizar o impacto do vírus sobre a economia.