O Rio Grande do Sul vai deixar de contar com 1.057 leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) destinados a pacientes com covid-19 durante o mês de março. A informação foi divulgada pelo governo do Estado na noite desta quarta-feira (9), após a confirmação da suspensão do repasse de recursos do governo federal para a manutenção dos leitos.
O fechamento de leitos de UTI destinados a pacientes com covid-19 em todo o país estava previsto para ocorrer a partir de 1º de fevereiro. A medida, no entanto, foi adiada devido ao avanço da variante Ômicron e da pressão de gestores municipais e estaduais.
A decisão foi oficializada em dezembro por portaria do Ministério da Saúde, após meses de diálogo entre governo federal, Estados e municípios. Com o intuito de deixar um legado da pandemia, os três níveis de governo haviam chegado a um acordo sobre fechar os leitos covid, mas transformar parte deles em leitos permanentes.
No Estado, esse acordo levará ao fechamento dos atuais 1.372 leitos de UTI covid-19 e à abertura de 315 leitos de UTI gerais. O saldo da conta resulta na perda dos 1.057 leitos de UTI.
Apesar do encerramento de 1.057 leitos, o Estado continuará com 1.450 leitos de UTI para o público geral – sendo 202 pediátricos e o restante adulto.
Segundo o governo do Estado, o número é suficiente para atender a demanda, com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.
Variante Ômicron ainda preocupa
A covid-19 perde força em solo gaúcho em comparação ao pico da onda de Ômicron, mas com cenário bem acima do registrado no fim do ano, antes da entrada da variante, segundo estatísticas da Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS).
A Ômicron fez o Rio Grande do Sul bater recorde no número de novos casos, com média de mais de 17,6 mil infecções diárias no fim de janeiro. Nesta quarta-feira (9), a média caiu para 5,1 mil, 71% menos. O patamar, porém, é bem mais elevado do que antes da chegada da Ômicron: em novembro, eram entre 700 e 1 mil novos casos diários no Estado. Em dezembro, os números foram prejudicados devido aos ataques hackers ao Ministério da Saúde.