A pandemia de covid-19 "está longe de terminar", afirmou nesta terça-feira (18) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando contra a ideia de que a variante Ômicron seja benigna.
– A Ômicron continua varrendo o planeta. (...) Não se enganem, a Ômicron causa hospitalizações e mortes, e mesmo os casos menos graves sobrecarregam as instituições de saúde – disse Tedros Adhanom Ghebreyesus em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.
– Esta pandemia está longe de terminar e dado o incrível crescimento da Ômicron em todo o mundo, é provável que surjam novas variantes – acrescentou.
Em 11 de janeiro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) estimou que, embora a doença ainda esteja em fase de pandemia, a disseminação da variante Ômicron transformará a covid-19 em uma doença endêmica com a qual a humanidade pode aprender a lidar.
– À medida que a imunidade aumenta na população - e com a Ômicron, haverá muita imunidade natural além da vacinação -, avançaremos rapidamente para um cenário mais próximo da endemicidade – explicou Marco Cavaleri, chefe da estratégia de vacinas da EMA, com sede em Amsterdã.
Na Suíça, o ministro da Saúde, Alain Berset, também estimou na semana passada que a Ômicron poderia ser "o começo do fim" da pandemia.
No entanto, o chefe da OMS é muito mais cauteloso e, mais uma vez, ressaltou que a variante não é benigna.
– Em alguns países, os casos de covid parecem ter atingido o pico, dando esperança de que o pior desta última onda já passou, mas nenhum país está fora de perigo ainda – disse ele a repórteres.
Tedros expressou particular preocupação com o fato de muitos países terem baixas taxas de vacinação contra a covid:
– As pessoas correm mais risco de sofrer de formas graves da doença ou de morrer se não forem vacinadas.
– A Ômicron pode ser menos grave em média, mas a narrativa de que é uma doença leve é enganosa, prejudica a resposta geral e custa mais vidas — disse.
O diretor-geral da OMS lembrou ainda que na semana passada foram registrados mais de 18 milhões de casos da doença.
– O número de mortes permanece estável até o momento, mas nos preocupamos com o impacto que a Ômicron está tendo em sistemas de saúde exaustos e sobrecarregados – afirmou.
Tedros pontuou que, ainda que as vacinas tenham menor eficácia em prevenir a infecção e transmissão da Ômicron em relação às variantes anteriores, ainda são "excepcionalmente boas em prevenir casos sérios da doença e mortes".