Aguardando aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês), para uso emergencial nos Estados Unidos, a farmacêutica Merck tem agora seu antiviral molnupiravir em análise também pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). A medicação, que é tida como a primeira de forma promissora a ser usada para tratar a covid-19, foi criada para curar encefalites em cavalos.
A EMA anunciou nesta segunda-feira (25) que iniciou uma revisão dos dados publicados pelo laboratório norte-americano após resultados positivos em estudos laboratoriais e clínicos sugerirem que o medicamento pode reduzir a capacidade de o sars-cov-2 se multiplicar no corpo. Nos estudos já realizados, quando administrado poucos dias após um teste positivo, o molnupiravir reduziu pela metade o risco de hospitalização e morte.
"O comitê de medicamentos para uso humano iniciou uma revisão contínua do molnupiravir, medicamento antiviral oral (também conhecido como MK 4482 ou Lagevrio), desenvolvido pela Merck Sharp & Dohme em colaboração com a Ridgeback Biotherapeutics para o tratamento da covid-19 em adultos", segundo texto publicado no site da EMA.
A agência avaliará também a conformidade do molnupiravir com as normas da União Europeia em matéria de eficácia, segurança e qualidade.
A revisão contínua é um instrumento regulador que a EMA utiliza para acelerar a avaliação de um medicamento ou vacina promissora durante uma emergência de saúde pública, sendo os dados revistos à medida que estes se tornam disponíveis a partir de estudos em curso. Esse é um passo antes de a farmacêutica encaminhar um pedido formal de autorização de comercialização da medicação.
Estudo no Brasil
A Merck está realizando, em diferentes Estados do Brasil e em outros países, um estudo clínico de fase três para avaliar se o molnupiravir é capaz de evitar a propagação e transmissão da covid-19 entre pessoas assintomáticas que foram expostas ao vírus por morarem na mesma casa que alguém cujo diagnóstico da doença foi confirmado há 72 horas.
O remédio é administrado como profilaxia pós-exposição (PEP), em comprimidos ingeridos oralmente duas vezes ao dia, ao longo de cinco dias. A tecnologia atuará tentando impedir a replicação do vírus dentro do organismo humano que ocorre nos primeiros dias de infecção pelo coronavírus.
A previsão da diretora de pesquisa clínica da MSD Brasil é de que, até o final de outubro, um centro de pesquisa de Ijuí, na região noroeste do Rio Grande do Sul, integre oficialmente a listas dos sete centros participantes no país.