A prefeitura de São Leopoldo anunciou nesta segunda-feira (6) que não poderá dar continuidade à vacinação contra covid-19 em jovens de 17 anos e sem comorbidades. Consequentemente, o município irá retroceder no processo de imunização, limitando o acesso às vacinas para pessoas com idade de 18 anos ou mais. São Leopoldo começou a imunização na semana passada.
Marcel Frison, secretário municipal da Saúde, informou, em nota, que o município foi forçado a adotar esta medida porque a prefeitura foi notificada pela Coordenação Estadual de Vigilância em Saúde (CEVs), órgão subordinado à Secretaria Estadual de Saúde (SES), por irregularidades na campanha de imunização contra a covid-19.
No caso, o município do Vale do Sinos foi notificado pela Secretaria Estadual de Saúde por ter avançado na vacinação sem autorização.
"Entendemos que esta interpretação da CEVs e da SES está equivocada", disse Frison no comunicado. "Nosso procedimento foi calcado em rigorosa análise sobre o público a ser atendido e cotejando as remessas planejadas pelo Ministério da Saúde no sentido de garantir a cobertura necessária para proteger toda a população de São Leopoldo", completa.
Segundo a nota, a secretaria irá aguardar o dia 15 de setembro, data em que o Ministério da Saúde projetou o início da vacinação dos adolescentes ou mudanças nas orientações nacionais, para retomar a vacinação dos jovens de 17 anos e talvez avançar para as idades inferiores.
Em uma nota técnica emitida na última quinta-feira (2), o Ministério da Saúde recomendou a oferta de imunização para adolescentes de 12 a 17 anos a partir do próximo dia 15, quando a pasta passará a enviar vacinas direcionadas a esse público. A data é a mesma para o início da aplicação da terceira dose em idosos acima de 70 anos e pessoas com a imunidade comprometida. No documento, a pasta informou que vai enviar o imunizante da Pfizer — único licenciado para uso em adolescentes. Caberá a Estados e municípios a organização da distribuição de acordo com as peculiaridades das necessidades de armazenamento do imunizante
Mesmo sem o aval expresso do governo federal ou estadual, algumas regiões brasileiras já iniciaram a vacinação de adolescentes sem comorbidades. Como foi o caso de São Leopoldo, que começou a imunização na semana passada, mas precisou suspendê-la por fala de doses.
— Como tínhamos vacina sobrando, resolvemos baixar a data. Já tínhamos contemplado todo público do Plano Nacional de Imunização (PNI). Não vamos deixar vacina na geladeira. Vacina boa é vacina no braço — afirmou o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), à reportagem de GZH na semana passada.