O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou nesta quarta-feira (8) que lançará um plano de testagem em massa contra o coronavírus no próximo dia 17. A ação é uma das bandeiras de Queiroga desde que assumiu o Ministério da Saúde, em março deste ano, após a saída de Eduardo Pazuello. Até agora, o ministro não havia conseguido colocar o plano em prática.
A ideia da pasta é testar a população em locais de grande circulação, como rodoviárias e aeroportos, em uma ação concomitante com a vacinação. Um evento-teste chegou a ser realizado na Feira dos Importados, em Brasília, em agosto, onde pouco mais de 200 testes foram realizados.
— Temos os testes rápidos de antígeno que são tão eficientes quanto o teste RT-PCR, só que o resultado sai mais rápido e ele é mais importante do ponto de vista epidemiológico para a gente diagnosticar precocemente e isolar. Agora, no dia 17, vamos finalmente colocar em prática uma grande campanha de testagem com teste de antígeno — disse o ministro, durante sessão da comissão temporária da covid-19 no Senado.
Queiroga comentou sobre a aplicação de uma terceira dose na população brasileira. Disse que propôs na Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) do Ministério da Saúde a aplicação de vacina de reforço em trabalhadores da saúde, mas foi barrado pelo órgão.
A orientação para o início da aplicação da terceira dose é para o dia 15 de setembro para idosos acima de 70 anos (após seis meses da segunda dose ou da dose única) e pessoas imunossuprimidas (após 28 dias da última dose tomada). Preferencialmente, deverá ser utilizada a vacina da Pfizer.
— Participei da última reunião e propus que se incluíssem os trabalhadores da saúde. E os colegas acharam que, naquele momento, não tínhamos elementos suficientes para aplicar doses de reforço nos trabalhadores da saúde. Eu me curvei àquela câmara técnica — disse.
A vacinação de crianças menores de 12 anos também foi pauta na comissão. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recusou o pedido do Instituto Butantan para aplicar doses da CoronaVac em crianças e adolescentes.
— Quando houver uma evidência cientifica sólida e o aval da Anvisa, pode ser considerado. Não temos os dados de adultos, quanto mais de crianças. Leva na Anvisa, mostra os dados, publica nas revistas científicas — afirmou Queiroga, citando a CoronaVac.
O Ministério da Saúde planeja começar a distribuir doses para vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos também a partir do dia 15 de setembro — apesar de várias capitais e cidades já terem iniciado a imunização nesse público. No Brasil, apenas a vacina da Pfizer possui autorização da Anvisa para aplicação nessa população.