O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) está recrutando voluntários para um estudo com uma versão modificada da vacina de Oxford/AstraZeneca que avaliará a ação do imunizante contra a variante Beta do coronavírus, identificada inicialmente na África do Sul. A pesquisa é do Reino Unido e contará com participantes de outros centros no Brasil e também no Exterior.
Podem se inscrever adultos a partir de 18 anos que ainda não tenham se vacinado contra a covid-19 ou que já tomaram as duas doses de Oxford/AstraZeneca ou Pfizer há pelo menos três meses, independentemente de terem desenvolvido a covid-19 ou não.
Chefe do Serviço de Infectologia do HCPA e coordenador do estudo, Eduardo Sprinz destaca que o experimento não utilizará placebo, preparação neutra sem efeitos farmacológicos. O comparativo, a partir de sorteio, será feito entre a vacina em investigação (AZD2816) e a que já está disponível na rede pública (AZD1222) pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
— Temos o vírus ancestral, o sars-cov-2 de Wuhan, na China. A ponta mais extrema é a variante Beta. No meio do caminho, tem a Gama (detectada pela primeira vez em Manaus, no Amazonas) e a Delta (na Índia). Se você consegue induzir anticorpos contra a ancestral e a Beta, muito provavelmente estará mais protegido ainda contra as outras variantes — explica o infectologista.
Mesmo com a rápida ampliação das faixas etárias contempladas pelo Programa Nacional de Imunizações, Sprinz espera poder contar com um grupo significativo de pessoas ainda sem qualquer dose:
— Se possível, o Brasil contribuirá com um bom número de não vacinados.
Quem já estiver com o esquema vacinal de Oxford/AstraZeneca ou Pfizer completo receberá dose única. No caso dos não vacinados, serão aplicadas duas.
Interessados podem se inscrever neste link ou no site do hospital.