Um estudo publicado na na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association) indica que crianças menores de três anos têm mais probabilidade de transmitir o coronavírus dentro de casa do que os adolescentes.
Pesquisadores da Public Health Ontario, do Canadá, analisaram 6.280 domicílios em que a primeira pessoa a contrair o vírus era menor de 18 anos. Depois, buscaram casos secundários ou de pessoas infectadas na mesma residência até duas semanas após o primeiro caso. A conclusão foi de que, na maioria das vezes, a cadeia de transmissão parou com a criança ou adolescente. Em 27,3% das famílias, porém, ao menos uma outra pessoa se infectou.
As crianças de três anos ou menos foram as primeiras a serem infectadas em apenas 12% dos domicílios analisados. Já dos adolescentes de 14 a 17 anos foram 38% de todos os chamados “casos-índice” - ou seja, tinham maior probabilidade de levar o vírus para casa.
Por outro lado, a probabilidade de transmissão domiciliar foi quase 40% maior quando a criança infectada tinha três anos ou menos, na comparação de quem tinha de 14 a 17 anos. Com isso, o estudo concluiu, que as crianças menores transmitiram mais o vírus para outras pessoas em casa.
A pesquisa, conduzida na cidade de Ontário, no Canadá, é baseada em registros de casos de covid-19 de 1º de junho a 31 de dezembro de 2020.
Em entrevista ao Estadão, a infectologista da Unicamp Raquel Stucchi, afirma que a dificuldade de usar máscaras e a necessidade de ficar perto dos pais quando doentes ajuda a explicar o resultado do estudo.
_ Raramente você vai ter uma família com uma criança ‘pequenininha’ doente que vai conseguir usar máscara o tempo todo enquanto a criança está com sintomas e higienizar as mãos com toda a frequência necessária. Então, a transmissão fica muito mais fácil.