Agilizar a identificação de novas variantes do coronavírus é o principal objetivo de equipamento recém-adquirido pelo Instituto de Ciências Básicas de Saúde (ICBS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para o processamento de amostras de pessoas contaminadas. Chamado de Ion GeneStudio S5 Plus System, o sistema de sequenciamento de nova geração já está na sede do ICBS, em Porto Alegre, e deve ter sua instalação concluída nos próximos dias.
De acordo com o Instituto, o aparelho tem capacidade para sequenciar o genoma completo de pelo menos 80 amostras por semana. A ideia é que, inicialmente, sejam processados materiais coletados na Capital, mas há possibilidade de expansão para receber amostras oriundas de outras regiões do Rio Grande do Sul.
O treinamento e a utilização da máquina estão previstos para iniciar entre o final desta semana e o início da próxima. Ilma Simoni Brum da Silva, diretora do ICBS, explica que a metodologia utilizada garantirá resultados rápidos e precisos na detecção de novas mutações do vírus.
Atualmente, quando existe a suspeita de uma nova variante, geralmente o material precisa ser enviado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para que seja feito um detalhamento e o resultado, nesses casos, demora em torno de 15 dias. Segundo Ilma, a estimativa é de que o equipamento reduza esse prazo para até quatro dias.
— Temos poucos laboratórios fazendo sequenciamento de variantes no Estado e os que fazem utilizam aparelhos nos quais a biblioteca genômica é preparada de forma manual, o que leva mais tempo e tem menor precisão. O equipamento que adquirimos vai funcionar acoplado a um robô que processa de forma automatizada a biblioteca genômica, otimizando o tempo de preparo e a qualidade das amostras a serem lidas no sequenciador — esclarece.
Ela afirma que, depois da pandemia, o aparelho poderá ser utilizado em muitas pesquisas e análises dos especialistas da UFRGS. A máquina custou cerca de R$ 1 milhão e foi adquirida com recursos de arrecadação própria da unidade acadêmica. O aporte ocorreu a partir de convênios e contratos com entidades públicas e privadas, com apoio da Fundação de Apoio a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs).