Estudos do Reino Unido publicados nesta segunda-feira (14) demonstram que, ainda que a eficácia seja inferior em comparação às variantes mais estáveis, as vacinas já existentes apresentam proteção significativa contra a variante Delta da covid-19, identificada pela primeira vez na Índia.
Uma análise que incluiu mais de 14 mil casos da Delta feita pela agência de saúde pública da Inglaterra descobriu que duas doses da vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech reduzem o risco de hospitalização em 96% para essa cepa. Já a elaborada pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca reduz em 92%, aponta.
Outro estudo conduzido por acadêmicos e autoridades da saúde pública na Escócia, publicado na revista científica The Lancet, demonstra a redução de eficácia de vacinas contra o risco de infecção, mas níveis similares de proteção contra manifestações graves da doença.
Com a aplicação da vacina da Pfizer, a estimativa é reduzir o risco de infecção em 79% para a variante Delta, contra 92% para a variante Alfa, identificada pela primeira vez na Inglaterra, em 2020. No caso da AstraZeneca, a redução do risco seria de 60% para a Delta e 73% para a Alfa. Com ambos os imunizantes, o risco de hospitalização é reduzido em torno de 70% no caso de contaminação pela variante Delta, aponta a análise escocesa.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta segunda o atraso no relaxamento de medidas de biossegurança, de 21 de junho para 19 de julho. O objetivo é conter o avanço da cepa Delta do coronavírus, responsável pela maior parte dos 7 mil casos registrados diariamente na região, e criar uma janela para que mais jovens sejam vacinados neste intervalo. De 33 mil casos registrados na Inglaterra, 58% foram em pessoas não vacinadas, principalmente em grupos mais jovens, de acordo com a agência de saúde pública da Inglaterra.