Um conjunto de amostras positivas para covid-19 testadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) não detectou a presença da variante Lambda, conhecida como variante andina, no Rio Grande do Sul. A cepa foi identificada pela primeira vez no Estado em um caminhoneiro morador de Itaqui, na Fronteira Oeste, que morreu de covid na quarta-feira (16).
Para averiguar se Jairo Dias Piazer Junior, 23 anos, não havia transmitido a variante para outras pessoas durante seu percurso da Argentina até Itaqui, o Lacen realizou testes em amostras coletadas em pacientes que testaram positivo para a covid-19 entre 22 de maio e 12 de junho, em municípios localizados nesse trajeto.
Doze amostras tiveram qualidade suficiente no resultado do sequenciamento, feito após o teste de RT-PCR, para identificar a linhagem das mutações. Todas elas indicaram a presença da variante Gamma (P.1), e não da andina Lambda (C37).
Nos próximos dias, o Lacen deve seguir intensificando a análise de amostras coletadas após 12 de junho na região.
— Sempre fazemos as análises de forma a abranger todo o Estado. Agora, que estamos focando mais nas fronteiras, podemos identificar a chegada de novas variantes de forma mais rápida — destaca a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Cynthia Molina Bastos.
A prefeitura de Itaqui tem realizado uma média de 60 testes de RT-PCR por dia, em um esforço de intensificação da testagem no município. Também são feitos outros cerca de 20 testes rápidos.
Além disso, foi analisada a amostra de um paciente que testou positivo na barreira sanitária feita pela prefeitura de Porto Alegre, no aeroporto Salgado Filho. A preocupação foi com o fato de um passageiro vir de um estado brasileiro com circulação da variante Delta (B.1.617.2), conhecida como variante indiana. O teste, porém, identificou a presença da variante Gamma (P.1).
A variante Lambda é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como variante de interesse, e não mais em monitoramento, o que significa que a entidade está prestando mais atenção na disseminação dessa cepa específica. Contudo, a variante não se enquadra, por enquanto, na categoria “de preocupação”, na qual estão as cepas mais agressivas e violentas.