Prestes a completar 45 anos no Brasil, em 6 de junho, o teste do pezinho, que já avaliava seis doenças congênitas, passará a investigar mais de 50. No final do mês passado, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que amplia a lista de doenças a serem investigadas no teste feito no Sistema Único de Saúde (SUS). Ela entrará em vigor um ano após publicação no Diário Oficial da União.
O Ministério da Saúde tem até quatro anos para concluir a ampliação do exame. O processo será realizado de forma escalonada. A coleta de sangue deverá ser feita, preferencialmente, entre o terceiro e o quinto dia de vida e sempre após 48 horas da primeira amamentação/alimentação do recém-nascido. Não há impedimento para as crianças que passarem do prazo indicado.
O teste do pezinho faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) e é feito nos primeiros dias de vida do bebê. Ele é feito a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido para a identificação precoce de doenças metabólicas, genéticas e infecciosas que, quando tratadas precocemente, possibilitam o desenvolvimento físico e mental adequado às crianças.
— Quando identificamos a presença de anticorpos em bebês, podemos avaliar a real necessidade da vacinação em gestantes, conforme já estabelecido, visando a queda de partos prematuros e complicações gestacionais, a prevenção do desenvolvimento da doença na forma grave em bebês e o seguimento das sequelas nos primeiros anos de vida, caso hajam — explica a pediatra Evelyn da Cunha Rabelo.
UFMG usa teste do pezinho para identificar anticorpos para a covid-19
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está usando a mesma gota de sangue do teste do pezinho para identificar e analisar bebês que já nasceram com anticorpos para a covid-19 após as mães terem sido infectadas pelo coronavírus durante a gestação. Resultados preliminares da pesquisa apontam que de 506 mães testadas, 71 bebês tiveram anticorpos detectados.
As mães infectadas pelo sars-cov-2 durante a gestação passaram os anticorpos para os bebês por meio da transferência placentária. A meta do estudo é testar 4 mil mães. A pesquisa também pretende descobrir quanto tempo dura essa imunidade. Os bebês que apresentarem anticorpos serão monitorados por dois anos para verificar se eles terão algum comprometimento no desenvolvimento.