Em junho, a prefeitura de Porto Alegre pretende vacinar todos os profissionais da educação de escolas públicas e privadas e ainda aplicar a primeira dose na população no geral com 50 anos, informou a GZH o diretor da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Fernando Ritter.
— Para junho, teremos condição de vacinar todos os professores da redes municipal, estadual e privada para o Ensino Infantil, Fundamental e Médio. Também vamos vacinar moradores de rua, população do sistema prisional e avançar nas faixas etárias. Se eu receber 180 mil doses, consigo ir até os 50 anos. Dependendo do quantitativo e de quantas serão para a segunda dose, vamos iniciar os professores universitários — diz Ritter.
O avanço da campanha se dá graças ao maior repasse de doses de farmacêuticas ao governo federal. Cronograma do Ministério da Saúde prevê 43,8 milhões de doses neste mês para todo o Brasil, 11,5 milhões a mais do que em maio. Como o Rio Grande do Sul costuma receber entre 5% e 6% do total de cada lote, a expectativa é de que cheguem cerca de 2,6 milhões de doses em junho para a primeira e a segunda aplicação — cerca de meio milhão a mais do que em maio. Porto Alegre costuma receber entre 10% e 11% das doses repassadas ao Estado, o que implicaria em cerca de 260 mil vacinas em junho, divididas entre primeira e segunda dose.
Docentes e demais servidores da rede municipal de ensino da Capital começaram a ser vacinados nesta terça-feira (1°). A estimativa é de que todos esses profissionais sejam imunizados até quinta-feira (3). Na quarta-feira (2), passa a fazer parte da fila a população em situação de rua. Na quinta, terá início a aplicação em profissionais de Educação Infantil da rede privada, inicialmente prevista para a próxima semana mas antecipada, conforme anúncio da prefeitura na tarde desta terça.
Na sexta-feira (4), Porto Alegre começará a vacinar a população no geral a partir de 59 anos — estima-se que haja 12,3 mil pessoas com essa idade que ainda não foram imunizadas por não pertencerem a nenhum grupo prioritário. A SMS já tem doses suficientes para ao menos começar a aplicação nessa faixa etária e estima que, com a chegada até quinta-feira de novos lotes da AstraZeneca e da Pfizer ao Estado, seja possível concluir essa etapa. Caso contrário, convocará cidadãos conforme o mês de aniversário.
Hoje, a capital gaúcha tem 504 mil pessoas (34,1% dos habitantes) com a primeira dose aplicada e 305,6 mil (20,6%) com a segunda. A estimativa de analistas é de que seja necessário imunizar 70% dos habitantes com duas doses para atingir a imunidade de rebanho.
Ritter afirma que a previsão da SMS é de chegar a 1 milhão de vacinados — 70% da população — em setembro.
— Recebemos 120 mil doses no melhor mês. Se o Ministério da Saúde conseguir colocar mais em junho e avançar em agosto e setembro com ainda mais doses, dá pra atingir 1 milhão de porto-alegrenses vacinados em setembro, contando que venha a segunda dose. Em setembro, devemos chegar aos 70% — afirma Ritter. — A questão do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) deve se resolver e não devemos ter mais tantos percalços. A chegada da vacina da Pfizer ajuda muito, não depende tanto de Itamaraty. Começamos em 17 de janeiro a vacinação. Em quatro meses, chegamos a meio milhão de vacinados, então, em três meses, com ritmo mais acelerado, estaremos em outro patamar — acrescenta o diretor da Vigilância em Saúde.