Um estudo publicado por cientistas americanos na revista Jama atesta que a vacina contra a covid-19 não altera a qualidade do esperma humano. Voluntários da Universidade de Miami, que receberam as duas doses do imunizante, foram testados e não teriam tido qualquer alteração na contagem de espermatozoides.
Os EUA usam, com aprovação emergencial da agência regulatória do país, os imunizantes do tipo genético desenvolvidos pelas farmacêuticas Pfizer/BioNTech e Moderna.
Os cientistas registraram no estudo que "Como as vacinas contêm o mRNA (código genético), e não o vírus vivo, é improvável que a vacina afete os parâmetros do esperma".
O estudo chegou a identificar uma melhora na qualidade do gameta masculino após a vacinação, mas os pesquisadores acreditam que essa alteração esteja ligada à abstinência prevista no protocolo do estudo, e não à vacina em si, segundo reportagem do G1.
Sem sexo por 1 semana
Todos os participantes do estudo se comprometeram a cumprir com uma abstinência de até sete dias para não interferir nos resultados do estudo. Todos eles foram examinados para quaisquer problemas de fertilidade e os pesquisadores recolheram amostras do esperma antes da primeira dose da vacina e 70 dias depois da segunda.
Amostras de espermatozoides foram colhidas no começo e no final desse período entre os voluntários de 18 a 50 anos — foram 45 no total, os que já tiveram covid-19 e pessoas com problemas de fertilidade foram excluídas.
Conforme o estudo, "antes e depois de duas doses de uma vacina de mRNA Covid-19, não houve diminuições significativas em qualquer parâmetro de esperma nesta pequena coorte (conjunto) de homens saudáveis".
Covid pode reduzir fertilidade
Embora a vacina não tenha tido impacto sobre os espermatozoides masculinos no estudo, o vírus em si pode sim ser prejudicial, segundo outro estudo publicado em janeiro deste ano.
Os pesquisadores compararam amostras colhidas entre homens saudáveis (sem covid-19) e pacientes que tiveram a doença e identificaram "inflamação e estresse oxidativo" nos recuperados. A concentração, mobilidade e forma de seus espermatozoides também foram afetadas negativamente pelo vírus, segundo o artigo aprovado pela revista Society for Reproduction and Fertility.