O Rio Grande do Sul recebeu, no fim da tarde deste sábado (17), uma doação de 123,8 mil ampolas de medicamentos utilizados para pacientes que estão entubados em unidades de terapia intensiva (UTIs). Os medicamentos chegam em meio a um momento de grave déficit nas reservas de remédios dos hospitais, situação classificada pela secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, como "desesperadora".
Segundo o governo do Estado, assim que chegaram, os medicamentos foram transportados para o 3º Batalhão de Suprimento do Exército, em Nova Santa Rita. Lá, serão separados para distribuição entre os hospitais. De acordo com o governo do Estado, isso ocorrerá nos próximos dias. O Piratini ainda não estimou por quanto tempo a nova leva de medicamentos supre as necessidades dos hospitais gaúchos.
— Nosso trabalho neste final de semana está sendo cruzar os estoques e o consumo médio informados pelos hospitais com as quantidades recebidas para fazer o rateio entre as instituições. O tempo de cobertura vai depender do número de hospitais com estoque zerado ou crítico dos medicamentos que estamos recebendo — afirmou, por meio da assessoria de imprensa, a chefe da Atenção Especializada da Secretaria Estadual da Saúde, Lieli Ceolin.
Os medicamentos recebidos são Fentanila (analgésico), Propofol (anestésico), Midazolam (sedativo) e Besilato de Cisatracúrio (bloqueador neuromuscular). Esses são alguns dos 22 medicamentos solicitados pelo governador Eduardo Leite, na última quinta-feira (15), ao Ministério da Saúde.
Na avaliação da secretária Arita, a chegada dos medicamentos representa um alívio temporário ao cenário enfrentado pelo Rio Grande do Sul. A equipe da Saúde trabalha para confirmar a durabilidade do kit planilhando cada um dos itens e verificando os estoques dos hospitais. Segundo a secretária esse trabalho deve ser concluído até a tarde deste domingo (18).
— É um bálsamo temporário. Vai ajudar muito. Dependendo do item pode durar dez dias, talvez até quinze. Estamos agora fazendo justamente a planilha de cada um dos itens e verificando os estoques críticos dos hospitais, especialmente aqueles estoques que estão zerados. Aí teremos o cálculo do resultado prático dos dias de uso dessa medicação — afirmou Arita em conversa com GZH no começo da noite deste sábado.
Paralelo à doação que chegou ao RS, o governo do Estado trabalha com a perspectiva de importação de medicamentos – com compra direta no mercado internacional – e abriu um pregão eletrônico para adquirir alguns itens. Neste caso os hospitais poderão aderir ao pregão, o Piratini faz a compra, repassa para o hospital e a instituição ressarce o Estado.
A responsabilidade pela compra e garantia de oferta dos medicamentos é dos hospitais. Contudo, com o forte agravamento da pandemia em 2021, parte dos gestores hospitalares tem relatado dificuldade para aquisição dos remédios. Segundo o governo do Estado, a Secretaria Estadual da Saúde já distribuiu, ao longo de 2020, cerca de 150 mil frascos de medicamentos e, em 2021, mais 230 mil — entre fármacos comprados com recursos estaduais e outros repassados pelo governo federal.
Segundo o governo do Estado, os medicamentos que chegaram ao Rio Grande do Sul foram doados pela mineradora Vale. Os insumos foram comprados da China.