Esta semana foi marcada por anúncios do governo federal sobre negociações com fabricantes de vacinas contra a covid-19, com o objetivo de aumentar as opções de produtos destinados ao Programa Nacional de Imunização (PNI). No entanto, os 212,7 milhões de habitantes do país ainda não poderão contar com essas vacinas, e sim com aquelas já garantidas por contrato.
De acordo com o cronograma atual, levando em consideração as doses já contratualizadas, o governo deve terminar de vacinar (com duas doses) os grupos prioritários até o final de maio, quando 154,8 milhões de doses deverão ter sido entregues ao Brasil. Um porém para alcançar este objetivo é a velocidade de aplicação, porque pode ser que haja vacinas, mas não estrutura para aplicá-las com a mesma agilidade.
No dia 10 de fevereiro, GZH publicou uma matéria projetando para junho o fim da vacinação do grupo prioritário. Entre os principais fatores que adiantaram para maio a imunização deste grupo, estão a contratação de 20 milhões de doses de Covaxin e de 12 milhões de doses a mais de Coronavac do que o projetado inicialmente até maio.
O Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, do Ministério da Saúde, estima que há 77 milhões de pessoas pertencentes aos grupos prioritários para a vacinação no país. Esse grupo inclui pessoas com mais de 60 anos, com deficiências, povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, funcionários do sistema carcerário, trabalhadores da educação e do setor de transportes, entre outros.
No RS, compõem o grupo prioritário 4,5 milhões de pessoas, sendo que 361 mil são trabalhadores da saúde, 2,1 milhões são pessoas com 60 anos ou mais, 17 mil são indígenas, 1,1 milhão são pessoas com comorbidades, 94 mil são trabalhadores da educação, 433 mil são pessoas com deficiência permanente severa e 70 mil pertencem às forças de segurança e salvamento. Trabalhadores do setor de transportes e funcionários do sistema carcerário também estão contemplados, completando a lista. De acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), 526.636 mil pessoas já receberam pelo menos a primeira dose da vacina e 124.968 mil a segunda, totalizando 651.604 mil aplicações.
O que está assegurado
Estão asseguradas por contrato fechado 414,7 milhões de doses, que devem ser entregues ao país até 31 de dezembro deste ano. Os acordos firmados são com AstraZeneca, responsável pela vacina de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com a Sinovac, que fornece a CoronaVac, por meio do Instituto Butantan, com a Bharat Biotech, que produz a Covaxin, e com o convênio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como as vacinas já contratualizadas até dezembro de 2021 precisam ser aplicadas em duas doses, o montante de 414,7 milhões ainda é insuficiente para suprir a demanda do país, que é de 425,6 milhões de doses. O cenário brasileiro se altera positivamente se forem confirmadas as doses que ainda estão em tratativas, situação na qual o país poderá contar com 592,7 milhões de doses para a população.
O que está sendo negociado
Material apresentado em uma reunião com governadores, na quinta-feira (4), indica que o Ministério da Saúde está em tratativas para que mais 178 milhões de doses sejam entregues ao país até 31 de janeiro de 2022. Estão inclusas nesse grupo 30 milhões de doses do imunizante da Moderna, 100 milhões da Pfizer, 38 milhões da Janssen e 10 milhões da russa Sputnik V. A vacina da Janssen se diferencia das demais por ser de dose única e, em fevereiro, recebeu aprovação da agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, para uso emergencial.