Com o primeiro lote de vacinas da Universidade de Oxford, feitas em parceria com a AstraZeneca, em solo brasileiro e a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da CoronaVac, o Brasil dá mais um passo em direção a imunização da população e na luta contra o coronavírus.
As duas novidades ocorreram na sexta. A aprovação para uso emergencial das doses da CoronaVac ocorreu por volta das 16h30min. Pouco antes das 17h30min, as doses da Universidade de Oxford chegaram a São Paulo, em voo proveniente da Índia.
Abaixo, confira o que se sabe até o momento sobre as doses que serão distribuídas no país.
Quantas doses e quais vacinas estão no Brasil e devem ser distribuídas em breve?
Há duas vacinas diferentes. Uma é a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e, no Brasil, pelo Instituto Butantan. Nesta sexta, 4,8 milhões de doses foram autorizadas pela agência para serem aplicadas. O primeiro lote, com 6 milhões de doses, foi liberado para aplicação emergencial no último domingo (17).
A outra é a vacina da Universidade de Oxford, que chegou nesta sexta ao Brasil após negociações para a liberação da importação da Índia. Dois milhões de doses chegaram ao país. Ela é feita em parceria com a AstraZeneca e fabricada pelo Instituto Serum. No Brasil, será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Quando serão aplicadas as vacinas?
Em relação as novas doses liberadas da CoronaVac, a Anvisa afirmou que o Butantan será comunicado formalmente da aprovação, e pode passar a distribuí-las. O Ministério da Saúde não divulgou, até o momento, a previsão de distribuição aos Estados.
Em relação ao primeiro lote de vacinas da Universidade de Oxford, que chegou da Índia no Brasil nesta sexta, o Ministério da Saúde afirmou, nesta tarde, que as doses seriam retiradas do avião e embarcadas para o Rio de Janeiro, onde fica a sede da Fiocruz, imediatamente. No local, serão analisadas e rotuladas.
A previsão é que, ainda na tarde de sábado (23), elas comecem a ser enviadas aos Estados brasileiros, o que será feito pelo Ministério da Saúde, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. Ao chegarem nos Estados, serão distribuídas aos municípios para aplicação.
Quantas doses virão para o RS?
Dos dois milhões de doses da vacina Universidade de Oxford e 4,8 milhões do imunizante CoronaVac, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, projeta que o Rio Grande do Sul deve receber mais de 400 mil doses até a próxima semana. A estimativa é de receber cerca de 100 mil doses da vacina de Oxford e mais de 300 mil da CoronaVac.
Como a divisão das doses no país ainda não foi oficializada pelo governo federal, as contas do Piratini se baseiam na proporção do primeiro lote de CoronaVac encaminhado ao Estado na última segunda (18), que foi de 341,8 mil — o suficiente para imunizar um público estimado em 162 mil pessoas.
Quando as vacinas chegarão ao Estado?
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (SES), afirmou que, até a noite desta sexta-feira (22), não recebeu do Ministério da Saúde informações sobre a previsão de chegada da vacina da Universidade de Oxford ao RS nem outros detalhes.
Mesmo assim, o Executivo estadual afirmou que está de sobreaviso e na expectativa de receber as doses neste fim de semana. As equipes técnicas, segundo o governo, estão preparadas para receber as vacinas no aeroporto, em Porto Alegre, e distribuí-las para as CRSs.
Quem receberá as doses destinadas ao RS?
De acordo com a secretária Arita, se a projeção de receber mais de 400 mil doses se confirmar, será possível avançar a vacinação nos grupos prioritários inicialmente definidos, com destaque para os profissionais da saúde, além de iniciar a imunização de novos grupos.
— Se recebermos esse montante, vamos conseguir fechar o grupo dos profissionais que atuam diretamente com covid nos hospitais, emergências, centros de triagem, nas UPAs — afirma Arita.
Até o momento, no RS, foram vacinados parte dos profissionais que atuam na linha de frente contra a doença, idosos e pessoas com deficiência em instituições de longa permanência, indígenas e quilombolas. Confirmada a chegada do novo lote, seria possível iniciar a imunização de profissionais de unidades básicas de saúde e idosos fora de casas geriátricas.
A definição da idade em que os idosos que residem sozinhos ou com as famílias serão separados para a vacinação será definida posteriormente. Inclusive, como ainda não há nenhuma definição de data para que esse grupo seja vacinado, é preciso aguardar as orientações da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Quem pode se vacinar no país?
Com o número bastante reduzido de doses disponíveis no Brasil neste primeiro momento da fase 1 do Plano Nacional de Imunização (6 milhões em todo o país, 340 mil no RS), a prioridade para receber as doses é dos profissionais da saúde que atuam no atendimento de pacientes com coronavírus, idosos que vivem em lares de longa permanência ou acima dos 75 anos e indígenas. Ainda não há vacinação aberta em postos de saúde para demais pessoas previstas nos grupos prioritários.