
A chegada do lote de dois milhões de doses da vacina contra a covid-19 produzida na Índia ao Brasil e a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de um lote de 4,8 milhões do imunizante Coronavac, na tarde desta sexta-feira (22), vai permitir a continuidade das aplicações em solo gaúcho. Essa é a expectativa da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, que vê a possibilidade de o Rio Grande do Sul receber mais de 400 mil doses até a próxima semana.
Como a divisão das doses no país ainda não foi oficializada pelo governo federal, as contas do Piratini para projetar o montante a ser encaminhado ao Estado respeitam a mesma proporção do primeiro lote encaminhado, que foi de 341,8 mil.
De acordo com Arita Bergmann, se o número se confirmar (cerca de 100 mil doses da vacina de Oxford e mais de 300 mil da Coronavac), será possível avançar nos grupos prioritários inicialmente definidos, com destaque para os profissionais da saúde, além de iniciar a imunização de novos grupos.
— Se recebermos esse montante, vamos conseguir fechar o grupo dos profissionais que atuam diretamente com covid nos hospitais, emergências, centros de triagem, nas UPAs — relata.
Até o momento, foram vacinados parte dos profissionais que atuam na linha de frente contra a doença, idosos e pessoas com deficiência em instituições de longa permanência, indígenas e quilombolas. Confirmada a chegada do novo lote, seria possível iniciar a imunização de profissionais de unidades básicas de saúde e idosos fora de casas geriátricas.
A definição da idade em que os idosos que residem sozinhos ou com as famílias serão separados para a vacinação será definida posteriormente. Inclusive, como ainda não há nenhuma definição de data para que esse grupo seja vacinado, é preciso aguardar as orientações da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
— Temos que ver quantas pessoas temos em cada faixa etária e planejar a distribuição — pontua Arita.
Até o momento, o Estado recebeu 341,8 mil vacinas Coronavac, o suficiente para imunizar um público estimado em 162 mil pessoas. A SES repassou aos municípios metade das doses, mantendo a outra metade para a segunda aplicação, em no máximo 28 dias, em quem tomou a primeira dose.
As vacinas que chegaram da Índia deverão começar a ser distribuídas na tarde deste sábado (22). Já o novo lote da Coronavac, aprovado pela Anvisa, ainda não teve a expectativa de distribuição divulgada.
Quem pode se vacinar
Com o número bastante reduzido de doses disponíveis no Brasil neste primeiro momento da fase 1 do Plano Nacional de Imunização (6 milhões em todo o país, 340 mil no RS), a prioridade para receber as doses é dos profissionais da saúde que atuam no atendimento de pacientes com coronavírus, idosos que vivem em lares de longa permanência ou acima dos 75 anos e indígenas. Ainda não há vacinação aberta em postos de saúde para demais pessoas previstas nos grupos prioritários.