A Indonésia aprovou na manhã desta segunda-feira (11) o uso emergencial da CoronaVac, vacina contra covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac que, no Brasil, conta com a parceria do Instituto Butantan. O órgão regulador indonésio relatou taxa de eficácia de 65,3% após testes próprios — número inferior à eficácia de 78% informada pela instituição brasileira na semana passada.
A imunização na Indonésia está marcada para começar já nesta semana. O presidente Joko Widodo deve ser o primeiro cidadão a receber a dose da CoronaVac no país.
"Por que o presidente é o primeiro? Não para se colocar na frente, mas para que todos acreditem que a vacina é segura e lícita", escreveu Widodo em seu Twitter na última quinta-feira.
A vacina contra o coronavírus da Sinovac passou por testes clínicos de fase 3 no Brasil, na Indonésia e na Turquia — país que, por sua vez, anunciou eficácia de 91,25% do imunizante.
CoronaVac no Brasil
A CoronaVac ainda aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no Brasil. De acordo com o órgão regulador brasileiro, o Instituto Butantan não entregou toda a documentação necessária para os trâmites legais.
Em entrevista à CNN Brasil na noite de domingo (10), o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que vai analisar as pendências com a Anvisa ainda na manhã desta segunda.
Epidemiologistas e microbiologistas têm pedido à equipe da CoronaVac no Brasil a disponibilização dos estudos completos do imunizante, ainda não divulgados. Como explicou o infectologista Esper Kallas, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do centro da pesquisa com o imunizante no Hospital das Clínicas, a taxa de eficácia de 78% informada na última quinta-feira é somente um recorte do estudo da vacina e não corresponde ao índice geral de eficácia, que deve ficar abaixo do número informado.