Em entrevista à GloboNews na noite de sábado (9), o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse ver com "espanto tremendo" a relação de documentos exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para avaliar o pedido de uso emergencial da CoronaVac, a vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.
Entre os dados solicitados pelo órgão estão características básicas como: idade, sexo, raça, peso ou IMC. Essas informações devem ser apresentadas na ficha de cada participante do estudo. Além disso, a Anvisa pediu dados de imunogenicidade (potencial de uma substância em gerar resposta imune) do estudo em fase 3.
— O instituto Butantan passou dossiê para a Anvisa com 10 mil páginas. Dessas constam todos os dados de todos os voluntários envolvidos — disse o secretário.
— Isso faz parte dos registros do cabeçalho antes de começar cada um dos estudos. Sabemos quem são os indivíduos, quem recebeu a vacina e quem recebeu o placebo — completou.
O pedido de uso emergencial da Coronavac foi encaminhado na sexta-feira (8) pelo Instituto Butantan para as 6 milhões de doses que já chegaram prontas da China. O instituto fará nova solicitação para as doses envasadas na sua sede em São Paulo.
Conforme a Anvisa, "após a triagem de todos os documentos fornecidos, os técnicos verificaram que ainda faltam dados necessários à avaliação da autorização de uso emergencial". O resultado do pedido emergencial deve ser divulgado no prazo máximo de 10 dias.