Uma das cinco primeiras pessoas a receber a dose da vacina contra a covid-19, a técnica de enfermagem do Hospital de Clínicas Aline Marques da Silva, 40 anos, relembra a rotina "árdua, pesada e cansativa" desses 10 meses de combate à doença e vê com esperança o início da imunização.
— (A vacina) É uma porta que se abre para a gente renovar nossas esperanças. Mas acredito que tudo isso não acabou ainda. Temos um caminho grande pela frente — disse Aline em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (19).
— Não é o momento de relaxar com cuidados, prevenções. Porque, sim, a gente pode espirrar, tossir. Temos que continuar seguindo todas as normas de prevenção.
Aline é funcionária da instituição há 11 anos e foi indicada por superiores e colegas para ser uma das primeiras a receber a vacina no RS:
— A sensação é muito gratificante. Alegria de poder estar representando a equipe de saúde de enfermagem do Rio Grande do Sul — relatou.
A profissional, que trabalha na linha de frente contra a covid-19 no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital, conta que o momento mais difícil do cuidado com pacientes é momento das videochamadas, que são feitas para as famílias dos pacientes antes da intubação:
— É um momento onde o paciente não consegue mais respirar sozinho, já está em sofrimento. Ele é sedado, não consegue mais falar com sua família nem conosco. Essas videochamadas eram feitas e o paciente se despedia da família, pedia desculpas por alguns erros. Eram momentos difíceis. A gente tinha que engolir o choro e continuar sendo profissional.
Na noite de segunda-feira, durante ato de início da vacinação, em solenidade no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Aline e outras quatro pessoas foram vacinadas simultaneamente.