Em mais de 50 países a vacina contra o coronavírus já chegou ao braço das pessoas, apesar desta boa notícia, o mundo não alcançará a imunidade de rebanho contra a pandemia ainda este ano, afirma Dale Fischer, presidente da Rede de Alerta e Resposta a Surtos da Organização Mundial da Saúde (OMS). As informações são da Reuters.
Durante a conferência online Reuters Next, realizada nesta segunda-feira (11), ele disse que a volta ao estilo de vida que conhecíamos anteriormente não será rápida e observou que “sabemos que precisamos obter imunidade coletiva e precisamos disso na maioria dos países, então não veremos isso em 2021”.
Fischer pontou que alguns países poderão conquistar a imunidade de rebanho, mas que isso não criará senso de normalidade, porque países pobres têm acesso limitado ao imunizante, parte das pessoas não confia nas vacinas e há ainda as mutações que o vírus pode apresentar.
Integrou o time de painelistas, junto a presidente da Rede de Alerta e Resposta a Surtos da OMS, Pandu Riono, epidemiologista da Universidade da Indonésia. O especialista disse que a estratégia de alguns governos, calcada basicamente na vacina, é perigosa.
Ele citou o exemplo do próprio país, que deposita esperança nos imunizantes e deixa de fora outras pontas do processo, como “a vigilância, como o teste, a comunicação para educar o público a praticar comportamentos de baixo risco”.
Atualmente, os EUA, o Reino Unido e a União Europeia, por exemplo, imunizaram suas populações. Isso foi resultado de uma corrida em que estas nações, que são mais ricas, estiveram na frente da fila para compra de vacinas. Na época, esse cenário tinha levado a OMS a emitir um alerta sobre um “problema claro” de que os países de baixa e média renda não estavam recebendo suprimentos.
Além disso, Irma Hidayana, co-fundadora da LaporCOVID-19, uma iniciativa independente de dados de coronavírus, com sede na Indonésia, disse que a confiança do público nas vacinas pode ter um impacto na sua implantação.