O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, garantiu em entrevista ao Gaúcha+ nesta quinta-feira (3) que ainda não foi realizado nenhum pedido formal para uso emergencial das vacinas contra o coronavírus.
A agência divulgou na última quinta um guia para que os responsáveis pelas vacinas que realizam testes no Brasil possam candidatar as doses para uso no formato emergencial.
— É possível que teremos um pedido nos próximos dias — diz Barra Torres.
A imprensa especula que a vacina da Pfizer em parceria com a BioNtech seja a primeira a realizar o pedido, já que na última quarta-feira (2) o governo britânico aprovou seu uso em caráter emergencial. O governo brasileiro não tem contrato firmado com a farmacêutica americana.
Barra Torres disse que tem como previsão para uma vacinação no país o primeiro semestre de 2021.
— Tenho grandes esperanças para o primeiro semestre de 2021 — garantiu.
— Temos que reconhecer, e é fato que os estudos realizados no Brasil estão em fase final — disse.
Sobre o processo para o aceite das vacinas, o presidente disse que a aprovação deve acontecer em alguns dias após a submissão da vacina.
— O uso emergencial não é para a população como um todo, mas bastante restrito, para grupos de risco — advertiu.
A expectativa é de que os grupos iniciais a serem vacinados sejam idosos e profissionais da saúde. Questionado se o número de vacinados chegaria a milhões, Barra Torres foi enfático:
— Não. Em hipótese alguma, em lugar nenhum — disse.
Para a vacinação em massa, é necessário obter o registro sanitário, o certificado máximo que pode ser obtido por um medicamento. As quatro vacinas em desenvolvimento hoje não teriam como entrar com o pedido de registro, pois ainda estão em fases de testess.
— Essa certificação só é dada ao final completo dos estudos.
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