As vacinas contra a covid-19 estão sendo desenvolvidas em velocidade sem precedentes, e, além da rapidez, os projetos em andamento buscam comprovar a eficácia e a segurança de tecnologias inéditas, que, futuramente, podem modernizar outras imunizações já em uso no mundo. Esse avanço fez com que três vacinas tivessem seus dados de eficácia divulgados – da Pfizer/BioNTech, da Moderna e a Sputnik V, da Rússia. Agora, as atenções se concentram no que virá após a fase 3, a última antes da avaliação das autoridades para liberação da aplicação na população.
Essas vacinas, conforme apontam os estudos já anunciados, foram testadas em dezenas de milhares de pessoas, não apresentaram problemas significativos de segurança nem reportaram reações adversas inesperadas nos voluntários. Na quarta-feira (18), a Pfizer apresentou resultados finais de eficácia de seu imunizante, de 95%. Nos últimos dias, a Moderna também apresentou seus resultados preliminares de eficácia, de 94,5%, assim como a Sputnik V, da Rússia, que chegou a 92%.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre as quase 200 propostas de vacinas em teste, 44 chegaram à fase de experimentação em humanos, chamada de estudos clínicos. Dessas, um grupo de 10 projetos atingiu a fase três de estudos, em que dezenas de milhares de voluntários são recrutados para comprovar se a vacina é mesmo capaz de proteger sem causar danos à saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, em setembro, que poderá dar o aval para uma vacina que atinja 50% de eficácia, aos moldes do que já havia definido o Food and Drug Administration (FDA), órgão similar dos Estados Unidos. Confira, no infográfico abaixo, um resumo sobre a situação em que se encontram as vacinas em fase mais avançada até aqui:
Quando a primeira vacina deve chegar ao Brasil?
Por ainda apresentar grande circulação do vírus, o que acelera as pesquisas, o Brasil tem sediado alguns desses testes com milhares de participantes. Receberam autorização para experimentos de larga escala no país as vacinas desenvolvidas pelos laboratórios AstraZeneca/Oxford, Sinovac, Janssen (Johnson & Johnson) e Pfizer/BioNTech/Fosun Pharma.
O governo federal fechou acordo para compra da vacina desenvolvida pela AstraZeneca/Oxford e prevê parceria com a Fundação Oswaldo Cruz para produção do imunizante no Brasil. Serão investidos R$ 1,9 bilhão para produção de 100 milhões de doses.
Já o governo de São Paulo tem acordo para compra da CoronaVac, em produção pela farmacêutica chinesa Sinovac, e o Instituto Butantan será parceiro na produção da vacina. Esse é, até o momento, o anúncio mais avançado sobre a chegada de vacinas ao Brasil.