Com 268.644 casos confirmados de coronavírus, Santa Catarina passa por um momento "crítico", na avaliação da epidemiologista Maria Cristina Willemann, da secretaria de Estado da Saúde.
Conforme dados divulgados na quinta-feira (5) pelo governo catarinense, do total de casos confirmados, 252.255 são considerados recuperados e 13.216 continuam em acompanhamento. No Estado, 3.173 pessoas morreram devido a covid-19 — taxa de letalidade é de 1,18%. Os dados desta sexta-feira (6) ainda não haviam sido atualizados, em virtude de uma problema no acesso aos sistemas do Ministério da Saúde.
— É um momento crítico, porque há muitos casos em todas as regiões do Estado. Estamos com uma incidência próxima a que tínhamos em julho. Claramente o cenário está mais complicado. Temos muitos casos, o que impede que a gente consiga identificar rapidamente os infectados e isolar as pessoas — diz.
Até quinta, o local com a maior quantidade de pessoas que já contraíram covid-19 era Joinville, que soma 24.934 casos. Em seguida, estão Florianópolis (22.124), Blumenau (14.859), São José (12.962), Itajaí (9.161), Palhoça (9.139), Balneário Camboriú (8.543), Criciúma (8.243), Chapecó (7.954) e Tubarão (6.523).
Segundo Maria Cristina, existe o risco de que restrições de atividades mais rígidas voltem a ser definidas pelo governo:
— O que estamos vendo de aglomerações nos finais de semana na praia é preocupante. Se você vai apenas para um mergulho, caminhar, o risco não é tão alto. Mas ficar na praia, fazer aglomeração, dividir bebida, é um comportamento de risco. Estamos vendo que um caso tem possibilidade de gerar muitos outros. Se não houver consciência, a tendência é restringir acesso — afirma.
Em todo o Estado, há 1.428 leitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desses, 942 estão ocupados, sendo 263 por pacientes com confirmação ou suspeita de covid-19. A taxa de ocupação geral é de 66% e há 486 leitos vagos atualmente.
Na Grande Florianópolis, segundo a prefeitura, apenas seis leitos adultos do SUS estão disponíveis nesta sexta, atingindo uma taxa de ocupação de 96,92%. São 195 leitos adultos no total, com 156 deles ocupados e 33 indisponíveis. Para leitos pediátricos, a taxa de ocupação é de 40% e a de neonatal é de 96,92%.
Florianópolis tem 20.745 casos confirmados da doença e soma 171 mortes até o momento, segundo a prefeitura.
Especialistas indicam que números estariam defasados
Em SC, as equipes avaliam as normas a serem adotadas com base nos dados exibidos pela matriz de risco potencial da covid-19. Os resultados são apresentados em um mapa, que divide o Estado em 16 macrorregiões. Para alguns especialistas, no entanto, esse sistema, que monitora a pandemia no Estado, pode estar defasado, uma vez que o atraso na divulgação dos dados pode ser de cerca de 14 dias.
Conforme a epidemiologista Maria Cristina, essa demora, no entanto, já é contabilizada pelo governo:
— Os dados do Estado tem certo atraso comparado aos dos municípios. Mas isso não é um problema para a gestão dos dados. É contabilizado, já foi entendido como parte do trabalho. O governo só vai saber do caso depois que o indivíduo desenvolver sintomas e decidir procurar atendimento. Aí, ele aguarda ainda uns dias para o resultado positivo. Ele também tem esse atraso até saber se tem covid-19 ou não, assim como o governo, que sabe poucos dias depois dele.