O médico Cristiano Zerbini, principal responsável pelos testes da vacina da Pfizer no Brasil, falou nesta segunda-feira (9) sobre o anúncio da farmacêutica de que o imunizante experimental se mostrou 90% eficaz na prevenção do coronavírus, de acordo com dados preliminares da terceira fase dos estudos clínicos. Os testes começaram no Brasil em agosto e 2,9 mil participantes receberam doses nos Estados da Bahia e de São Paulo.
A farmacêutica, juntamente com a empresa alemã de biotecnologia BioNTech, é a primeira a comprovar a eficácia do imunizador para a doença, que já matou mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo. Zerbini acredita que, com os atuais resultados, está cada vez mais próximo o momento de anunciar uma vacina contra o coronavírus:
— Estamos perto — garantiu em entrevista ao Gaúcha+.
O médico também assegurou que a comunidade científica torce pela eficácia de todas as quatro vacinas que estão em desenvolvimento no mundo.
Apesar da garantia de eficácia, os estudos continuam por pelo menos dois anos para saber por quanto tempo o corpo será capaz de produzir anticorpos com a vacina. Assim, será definido se a vacina será aplicada em duas doses, uma vez na vida, ou se deverá ser reforçada ano a ano:
— Querem dados e resultados de metade dos voluntários que tomaram duas doses de vacina. Resultados de segurança e eficácia. Para ter a vacina autorizada de forma emergencial, precisamos disso. E nós temos esses dados, que serão apresentados para o FDA na terceira semana de novembro.
A previsão é que o retorno da Food and Drug Administration (FDA), agência que regula a autorização de imunizantes nos Estados Unidos, venha até dezembro e, se aprovada, a vacina seja disponibilizada para o mundo inteiro.
— Esse resultado nos animou demais, demais — conta.
O médico também agradeceu aos voluntários que participaram do estudo:
— Muito obrigado pelo exemplo de altruísmo.
No Brasil, ainda não há notícias sobre a compra de lotes da vacina da Pfizer pelo Ministério da Saúde.