Análise feita por GZH no cruzamento de estatísticas oficiais com a opinião de especialistas que atuam na linha de frente do tratamento contra a covid-19 apontam para sinais de Porto Alegre ter quebrado a tendência de queda na ocupação de UTI e de ter chegado a um novo platô (estabilidade), após uma melhora de cenário a partir de setembro. A prefeitura analisa a mudança com cautela e, de acordo com o secretário adjunto da Saúde de Porto Alegre, a demanda de pacientes segue estável.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (28), na Rádio Gaúcha, Natan Katz afirmou que, atualmente, a procura por hospitais em razão de outras doenças está maior do que por coronavírus.
— Nós tivemos, num primeiro momento, apenas as preocupações com a covid-19. Agora, as pessoas estão procurando os hospitais em função de outras doenças, coisa que não estavam fazendo antes. (...) Há transmissão ocorrendo na cidade, mas se olharmos o indicador, não é um aumento — afirmou.
Não há aumento na ocupação de UTI, mas o movimento de queda estacionou há 21 dias, mostrou a reportagem de GZH. A média móvel de leitos utilizados por dia na última semana é igual à da semana anterior e muito próxima à de três semanas atrás.
Mas ainda segundo Katz, ainda que haja um "status de estabilidade" em relação aos novos contágios, as medidas restritivas, adotadas no início da pandemia no país, seguem no "radar". Katz afirmou que essa estabilidade se dá em razão dos protocolos — agora impostos também na Europa para evitar a segunda onda da pandemia —, como redução de horário e capacidade dos estabelecimentos, distanciamento e utilização de máscaras e álcool gel.
O secretário finalizou afirmando a necessidade de pessoas que suspeitarem estar contaminadas com o coronavírus permanecerem em casa, bem como a procura por testes em relação àqueles que tiverem contato com infectados.