Esta quinta-feira (10) é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. O tema escolhido para a campanha nos anos de 2019 e 2020 é "Trabalhando juntos para prevenir o suicídio". A ideia é encorajar o esforço de uma comunidade global para difundir e conscientizar sobre a prevenção de uma das 20 principais causas de morte no mundo, entre todas as idades.
As determinantes de um comportamento suicida são de ordem multifatoriais, podendo ser uma soma de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Por isso, especialistas cada vez mais apontam para não ser considerado de forma causal e simplista, mas como consequência de um processo.
Ao levar em consideração esses aspectos, a campanha quer lembrar que a prevenção não é apenas uma questão de saúde e que medidas em diversos âmbitos da sociedade podem ser tomadas, de maneira que colaborem efetivamente para a diminuição das taxas de suicídio.
Mas como podemos ajudar alguém que está passando por dificuldades, principalmente em tempos de isolamento social? Trazemos abaixo algumas dicas.
Como você pode ajudar
- Muitas pessoas que cogitam o suicídio não querem necessariamente morrer, mas fugir de um sofrimento muito profundo. A relação com o tempo e a realidade é distorcida: sente-se que a dor vai durar para sempre, que não há saídas possíveis, que ninguém poderá ajudar.
- A depressão que costuma caracterizar a angústia leva o indivíduo a crer que está isolado e sozinho no mundo — é a "redoma de vidro" citada pela escritora norte-americana Sylvia Plath. Mas, quando se recebe apoio psicológico, o desejo de suicídio enfraquece.
- A nível macro, o Estado pode aumentar o número e contratar mais profissionais para Caps (postos de saúde mental do Sistema Único de Saúde) e investir em campanhas de prevenção ao suicídio, enquanto empresas podem oferecer auxilio psicológico aos funcionários — em um pensamento econômico, mente saudável rende mais.
- A nível individual, terapeutas recomendam observar sinais de alerta (veja a seguir), oferecer apoio aos mais próximos e, para cuidar da própria saúde mental, valorizar as conquistas e os privilégios e focar no presente. Pequenos rituais prazerosos a cada dia ajudam a motivar em meio a um tempo de incerteza.
- Uma janta bem preparada, um filme com a família, um livro lido com uma taça de vinho são pequenas experiências que evitam que a pandemia se torne apenas um mesmíssimo borrão de dias de trabalho, cuidado dos filhos e Netflix no sofá.
- Falar sobre as ansiedades e temores com outras pessoas também ajuda _ é uma forma de fazermos, do isolamento, solidão compartilhada.
- Psicólogos também orientam a adquirir consciência de que o tempo passa na pandemia, portanto não podemos viver em suspenso: o que você contará sobre esse período da vida no futuro? Não é questão de buscar uma doida produtividade diária, mas sim de evitar o pensamento de viver "à espera da vacina".
- Uma saída, diz a psicóloga Maria Ângela Bulhões, da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (Appoa), é se propor a estar junto no enfrentamento das dores. "Existir é solitário: ninguém sente o que tu sentes. O contato com o outro é que nos dá o sentimento de que compartilhamos."
Fatores de risco
- Tentativa prévia de suicídio
- Depressão
- Bipolaridade
- Vício em álcool ou drogas
- Suicídio na família
- Solidão
Sinais de alerta
- Vontade de dar uma pausa na vida
- Aumento do uso de álcool e de outras drogas
- Desesperança, desinteresse, desamparo
- Isolamento
- Afastamento de amigos ou familiares
- Despedidas
- Falta de perspectiva de futuro
- Demissão, separação ou perda de parentes podem ser gatilhos
Em adolescentes, fique de olho
Distorção na imagem corporal, tristeza constante, insegurança, problemas em se relacionar com outros adolescentes, crises de raiva, baixa autoestima, lesões que nunca cicatrizam (às vezes escondidas, nem sempre nos braços e pernas) e perda de cabelo em lugares específicos da cabeça.
O que fazer para melhorar a saúde mental
- Privilegie ligações por vídeo ou voz em vez de mensagem em texto
- Veja pessoas próximas com todos os cuidados, em locais abertos e com máscara
- Expresse a religiosidade, seja na igreja, em yoga ou meditação
- Pratique exercícios
Fontes: Cartilhas do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)
Para buscar ajuda
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS)
- São postos dedicados à saúde mental. Em Porto Alegre, você pode conferir a lista veja a lista aqui.
Consultas a baixo custo
Instituto Wilfred Bion
- Endereço: Rua Pedro Pieretti, 90, Jardim Botânico
- Telefones: (51) 3319-7665| 9-9172-7977
- R$ 55 na primeira consulta, depois valor é negociado com terapeuta
Fundação Universitária Mário Martins
- Endereço: Rua Dona Laura, 185, Rio Branco
- Telefones: (51) 3333-3266 e 98585-0120
- R$ 80 a consulta
ITIPOA Psicanálise e Criatividade
- Endereço: Rua Ramiro Barcelos 1517/208
- Telefones: (51) 3311-3008 e 99926-2936
- Valores abaixo do mercado conforme combinação com terapeuta
Instituto Cyro Martins
- Endereço: R. Gen. Souza Doca, 70 _ Petrópolis
- Telefone: (51) 3338-6041
- A partir de R$ 25 com estagiários em Psicologia e R$ 70 com terapeutas formados
Grupo Wainer
- Endereço: Rua Mathias José Bins, 1.510 _ Chácara das Pedras
- Telefone: (51) 98152-0143
- A partir de R$ 60