Após o presidente Jair Bolsonaro declarar que "ninguém é obrigado a tomar vacina" contra o coronavírus quando as doses forem disponibilizadas, a imunologista Cristina Bonorino, coordenadora do Laboratório de Imunoterapia da UFCSPA, falou no programa Gaúcha+ sobre a importância da imunização e os processos de liberação de uma vacina.
Cristina criticou o medo das novas vacinas, sejam elas da nacionalidade que forem, por conta dos processos de estudos clínicos e testagem. Segundo ela, apesar de os processos estarem sendo acelerados, os dados com resultados são públicos e catalogados para consulta da população em geral. Caso os resultados finais apresentem imunização, e não toxidade, a vacina é segura.
Sobre a vacina russa, a imunologista alerta que o que gera a desconfiança sobre ela é o fato de os dados dos estudos clínicos não terem sido divulgados. Nesse caso, os demais profissionais da área não se sentem confortáveis em atestar ou não a eficácia por conta da falta de transparência.
— A vacina está registrada no site, mas sem os dados — conta.
Ela alerta, no entanto, que, neste caso, a Anvisa não regulamentaria a vacina para aplicação no Brasil.
Sobre a redução de prazos e a aceleração dos estudos, ela conta que já era um movimento da área científica de encurtar alguns prazos e adiantar algumas fases. Mas todos os prazos devem ser cumpridos, ainda que em um período de tempo menor.
Cristina aposta que uma vacina para o coronavírus possa ser disponibilizada em um período de dois anos.