A Brigada Militar avalia que a primeira noite de lockdown em Pelotas “teve uma recepção muito forte da comunidade”. Segundo o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), tenente-coronel Márcio André Facin, a BM atendeu apenas a denúncias de festas que não se confirmaram. Já as ruas ficaram desertas.
— Nas ruas, não houve aglomeração, não houve comércio aberto, não houve transeuntes. Os veículos eram apenas de alguns médicos em deslocamento para o hospital ou de profissionais da saúde — afirma Facin. — Praticamente não havia veículos nas ruas a partir das 20h. Houve um respeito muito grande em relação a essas circunstâncias do lockdown na cidade.
A fiscalização das medidas de restrição foi cumprida por agentes de trânsito, da Vigilância Sanitária, da BM, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil. As autoridades abordaram 51 veículos que circulavam nas ruas e orientaram os ocupantes. Além disso, a Guarda Municipal autuou cinco pessoas por aglomeração e por não usarem máscara. Ninguém foi preso.
Segundo Facin, a maioria das denúncias que chegaram aos canais dos agentes de segurança foi de som alto, o que poderia indicar aglomerações. No entanto, as situações foram resolvidas com orientação.
— Ainda existem algumas pessoas que insistem em fazer churrasco em casa, que não compreenderam a necessidade do distanciamento social — comenta o comandante.
A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, avalia que “foi tudo muito tranquilo” na primeira noite do lockdown.
— As ruas ficaram desertas. A fiscalização recebeu denúncias de festas, mas não se confirmaram. Até nas praias as pessoas estão respeitando — corrobora a prefeita.
O lockdown em Pelotas se iniciou às 20h de sábado (8) e segue até o meio-dia de terça-feira (11). Durante este período, apenas farmácias, hospitais, postos de combustíveis e funerárias estão autorizados a funcionar. O transporte coletivo irá atender somente profissionais da saúde. O Ministério Público ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o lockdows. A ação ainda está com o presidente do Tribunal de Justiça e ainda não foi julgada.
A prefeita disse que se sentiu obrigada a tomar essa medida drástica porque os hospitais estão lotados com doentes de covid-19. A ocupação supera 90% dos 35 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) destinados a pacientes graves com coronavírus. No total, Pelotas tem 85 leitos de UTI e a lotação geral também está alta.
— Temos até mais 30 leitos para colocar em funcionamento, mas não conseguimos ainda equipes para trabalhar neles. O que conseguimos foram 10 respiradores para leitos semiintensivos — relata Paula.