Às vésperas do lockdown que começará no fim de semana em Pelotas, a prefeita do município, Paula Mascarenhas, avaliou nesta sexta-feira (7) o impacto da medida para a população. Ao citar os números do sistema de saúde em razão do coronavírus — recorde de novos casos registrados e ocupação de leitos de UTI acima de 90% —, Paula destacou que o lockdown vai mostrar para a sociedade a gravidade da situação.
— Vai ser importante para mostrar a sociedade a gravidade, para receber e conseguir a adesão de novo e nos ensinar a fazer lockdown. Não dá pra sair radicalizando, porque os impactos podem ser muito negativos. Se não tivermos engajamento, não tem fiscalização que segure. Precisamos ganhar na confiança — afirmou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Na cidade do sul do Estado, as medidas mais duras de distanciamento social têm início no sábado (8), às 20h, e seguem até terça-feira (11), ao meio-dia. A intenção é diminuir a circulação de pessoas —, que tem registrado baixo índice de isolamento social —, para frear o aumento no número de casos, mortes e internações devido ao coronavírus.
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) avalia que o lockdown deveria ter duração de três semanas, lembra a prefeita. Na semana passada, o comitê covid-19 da UFPel e o comitê interno do Hospital Escola da UFPel anunciaram, em nota, a recomendação para que a prefeitura amplie imediatamente as medidas de distanciamento social.
O grupo, formado por epidemiologistas e profissionais da saúde, projeta que o índice de isolamento tem que ser de 70%, por três semanas, para evitar o risco de colapso na estrutura hospitalar no município.
— É uma percepção (de que vai ser bom o lockdown). Como eu disse, os pesquisadores aqui apontam que seria necessário três semanas. Mas não temos condições de adesão social para fazer três semanas. Até para que, se uma dia for necessário, precisamos aprender com isso — afirma.
— Queremos ganhar tempo. No final de semana, a gente vê muita gente na rua, se a gente conseguir reduzir isso. Ao mesmo tempo, estamos trabalhando — completa.
Conforme a prefeita, outros 35 leitos de UTI exclusivos para pacientes covid devem entrar em operação, mas há dificuldade de contratação de profissionais capacitados para operar nas unidades. Na quinta-feira (6), 29 pacientes estavam internados, sendo 28 adultos e uma criança. Apenas dois leitos específicos para o tratamento da covid-19 em adultos ainda estão disponíveis para toda a cidade.