Pressionado por um nível altíssimo de demandas, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) está implementando mudanças em mais de uma frente de atendimento devido ao esgotamento da capacidade da área para covid-19 do Centro de Atendimento Intensivo (CTI). Setor que costuma registrar episódios de superlotação nos meses frios, a Emergência, por enquanto, não sofrerá mudanças.
Como uma das instituições de referência para casos de coronavírus na Capital, o HCPA continua recebendo pacientes com quadro de síndrome gripal grave – com febre alta e dificuldade de respiração, por exemplo. Pessoas com sintomas leves de gripe devem procurar um pronto-atendimento ou uma unidade básica de saúde.
A médica emergencista Silvana Teixeira Dal Ponte, gerente médica da Emergência e representante do setor no Grupo de Trabalho para a Preparação de Enfrentamento ao Coronavírus do HCPA, informa que o movimento voltou a subir depois de uma baixa nas semanas iniciais da pandemia.
Havia, então, maior temor por parte da população de ir ao hospital devido a outros problemas de saúde e acabar se contaminando com o vírus. Agora, as pessoas estão saindo mais de casa, e o número de atendimentos voltou a subir, assemelhando-se ao verificado em julho do ano passado.
– Na Emergência, nada muda por ora. A lotação só tem se mantido em níveis adequados graças a um enorme esforço de todas as áreas do hospital, com organização das altas hospitalares e rotatividade de leitos. Temos conseguido manter um nível aceitável de lotação – afirma Silvana.
Pacientes com outras queixas que precisam de atendimento em hospital de alta complexidade (casos de acidente vascular cerebral ou infarto, por exemplo) também seguirão sendo acolhidos na Emergência do HCPA.
Silvana reconhece que a situação é dinâmica e que novas orientações podem ser dadas a qualquer momento, a depender dos desdobramentos da pandemia e das tratativas com autoridades municipais e estaduais.
– As mudanças ocorrem diariamente. Não tem mudanças previstas para a Emergência, mas, dependendo da demanda, pode ser que venhamos a ter nos próximos dias – frisa a médica.