O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quinta-feira (11) a produção e testes de uma vacina contra o coronavírus pelo Instituto Butantan, em parceria com laboratório chinês Sinovac.
A estimativa é de que, após os testes, a vacina possa estar disponível até junho de 2021. O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo, em entrevista coletiva sobre medidas contra a pandemia. Doria fez o anúncio da parceria via redes sociais.
Após a testagem, haverá a transferência da tecnologia da Sinovac para a produção em larga escala pelo Instituto Butantan. Atualmente, a vacina do laboratório se encontra na fase três. Em nota divulgada em seu site, o Sinovac afirma que a vacina foi eficiente na proteção de macacos rhesus.
A vacina é formada pelo vírus sars-cov-2 isolado, multiplicado e inativado no laboratório chinês. Recentemente, a empresa recebeu autorização na China para testes em humanos, para verificar segurança, tolerância, dosagem e agenda de imunização. Foram realizados testes no país chinês da fase 1, com 144 voluntários, e 2, com 600 voluntários, e agora a empresa irá conduzir os testes da fase 3 no Brasil em cooperação com o Instituto Butantan.
Segundo o governo, existem 136 vacinas para o coronavírus em desenvolvimento e 10 em estudos clínicos.
— A nossa parceria é com a Sinovac, que é uma vacina de vírus inativado, já teve fase 1 e 2 concluídas na China. Vamos fazer agora a fase 3 no Brasil, com 9 mil voluntários — disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
O ensaio, no entanto, pode demorar de seis meses a um ano, e não deve ser acelerada a fase de testes.
— É sempre bom ter esperança e otimismo, mas tem que ter o realismo de saber que tem etapas que não podem ser encurtadas — completa Luciana Leite, diretora do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do instituto.
O acordo prevê que a vacina final, se comprovada sua eficácia, será produzida pelo Instituto Butantan e ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).