O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro em uma entrevista à TV norte-americana CNN. Divulgada nesta quarta-feira (13), a conversa com a jornalista Christiane Amanpour abordou a condução do combate à pandemia no Brasil.
Quando questionado sobre se as divergências com o presidente levaram a sua demissão, Mandetta afirmou:
— Nós tínhamos opiniões absolutamente diferentes sobre a mesma situação. Era obviamente algo que eu não conseguia lidar, com ele dizendo para as pessoas voltarem ao trabalho, não tomarem distância, dizer que era uma "gripezinha". Nós estávamos com a academia, com os governadores, os prefeitos, as universidades, falando com pessoas do mundo inteiro, que era preciso ficar em casa, ficar seguro, tomar conta dos idosos. Nós estávamos claramente em lados opostos. Assim que as diferenças se tornaram públicas, ele decidiu o que deveria fazer. Mas a história decidirá quem está certo ou errado. Os números falam por si. Temos mais de 12 mil casos (mortes), eles diriam que não teriam mais de mil, e eu acho que vamos muito além disso. Acho que o Brasil terá um dos mais altos números de casos do mundo.
A frase sobre a história foi dita por Bolsonaro no dia da posse de Nelson Teich no comando do Ministério da Saúde, 17 de abril. Na ocasião, com a presença de Mandetta, ele afirmou:
— Aqui não tem vitoriosos e nem derrotados. A história lá na frente vai nos julgar.
No dia 6, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, Mandetta afirmou que não cabia a ele julgar se as decisões do presidente eram certas ou erradas.