O Ministério da Saúde começou a distribuir aos Estados mais de 500 mil testes rápidos para detecção de coronavírus. A parcela faz parte de um total de 4,5 milhões kits doados à pasta, mas que não podem ser distribuídos em massa sem levar em conta dois pontos: momento certo e etapa de validação. O passo a passo foi explicado pelo Secretário de Atenção Primária à Saúde, Erno Harzheim, em entrevista ao Timeline Gaúcha nesta quinta-feira (2).
— A gente tem que fazer ele (o teste) a partir de um dia definido de evolução dos sintomas, porque se tu faz no segundo dia de contaminação, ele vai dar um falso negativo, porque o anticorpo ainda não apareceu em quantidade. Essa confirmação que estamos fazendo em laboratório, como usar estes testes no momento correto — explica.
Conforme Harzheim, o conhecimento de como o teste se comporta vai impedir uma "falsa segurança" com base no resultado. Isso ocorre porque a amostra detecta anticorpos munoglobinas/Ig no organismo, produzidos para combater o vírus.
Quem adquiriu o vírus recentemente, por exemplo, pode dar negativo. Como se tratam de anticorpos, é preciso que a infecção esteja um pouco mais avançada para que os testes consigam capturá-la.
Com o teste ainda vai ser possível identificar onde o vírus está circulando, a chamada vigilância virológica. Baseado nesses dados, o Ministério da Saúde pode adotar uma série de estratégias de contenção para evitar a proliferação do micro-organismo. Para o Rio Grande do Sul, serão 32,3 mil, que deverão chegar até o final desta semana.
— A gente vai iniciar um processo muito grande de testagem, com métodos bem diferentes. Agora não adianta só uma testagem indiscriminada sem métodos que oriente o que vamos ter de resultado — enfatiza o secretário.