O Hospital Moinhos de Vento se uniu ao Sírio-Libanês, Albert Einstein, HCor e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet) para coordenar estudos sobre o tratamento de pacientes hospitalizados com a covid-19. O objetivo é avaliar eficácia, segurança e impacto na qualidade de vida de três possíveis tratamentos a pessoas infectadas pelo coronavírus.
Chamada de Coalização Covid Brasil, a aliança interinstitucional conta com o apoio do Ministério da Saúde e da gigante do ramo farmacêutico EMS. Ao todo, mais de 1,3 mil pacientes internados serão acompanhados pelo projeto por um ano após a alta hospitalar. Até 60 hospitais do país serão beneficiados com a medida.
De acordo com o superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luciano Hammes, a iniciativa é essencial para proporcionar o melhor tratamento aos pacientes no Brasil.
— É um vírus novo, e estamos conhecendo seus efeitos em tempo real. Vamos testar esses medicamentos e as consequências da doença e dessas terapias nas pessoas. Precisamos saber se funcionam, se são seguras e se há riscos de sequelas e de impacto na vida delas no futuro — destaca Hammes. Segundo ele, os primeiros resultados devem estar disponíveis entre 60 e 90 dias.
Análise de três tipos de tratamento
Serão três pesquisas. O chamado "Coalizão I" avaliará se o tratamento com hidroxicloroquina é eficaz para melhorar o quadro respiratório de pacientes com menor gravidade internados por infecção com o coronavírus. Também será observado se a adição de azitromicina pode potencializar o efeito do remédio e se traz benefício adicional. Serão acompanhadas 630 pessoas.
O "Coalizão II" envolverá casos mais graves, que necessitam de mais suporte respiratório. As pessoas receberão hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina. O objetivo será verificar possível efeito benéfico adicional, com potencial de atenuar problemas respiratórios causados pelo vírus. Em torno de 440 pacientes participarão desta etapa.
Por fim, o "Coalizão III" analisará a efetividade do anti-inflamatório dexametasona para pessoas com insuficiência respiratória grave, que necessitam de suporte de ventilação mecânica para respirar. Nesta pesquisa, serão incluídos 284 casos.
União nacional
Superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini ressalta a importância da união de pesquisadores de todo o país para enfrentar a covid-19.
— É uma frente de trabalho formada pelos melhores hospitais do Brasil, que são referência em pesquisa científica e medicina de excelência — ressalta Parrini.