Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta segunda-feira (9), o diretor-técnico do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Saulo Bornhorst, afirmou que ainda não existe uma definição sobre o possível fechamento do setor materno-infantil e obstetrício da instituição. Segundo o médico, existem diversos estudos e, dentre eles, diversas "possibilidades".
Em sua fala, Bornhorst alegou que a unidade vem sofrendo com a queda do número de pacientes. Segundo ele, menos crianças estão nascendo no Brasil. No Estado, a taxa caiu 30%. Já em Porto Alegre, a queda chega a 50%.
— São unidades que apresentam um custo fixo alto. Estruturas como essas só funcionam com um quantitativo de atendimentos elevado. O ideal é que uma maternidade tenha 400 partos por mês. Hoje, estamos fazendo apenas metade disso — apontou o médico.
Realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o estudo feito pela instituição deve ficar pronto em um prazo de 60 dias. Conforme Bornhorst, o ideal seria não "desassistir a população" e, ao mesmo tempo, não "prejudicar o hospital".
— Os estudos que vêm sendo feitos em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde são exatamente para evitar que haja qualquer prejuízo à população. Hoje, a dívida do hospital como um todo situa-se em torno de R$ 280 milhões — reforçou o diretor-técnico, que preferiu não divulgar os valores em estudo do setor de maternidade.
Sobre os estudantes, Bornhorst ressaltou que um possível fechamento da unidade não afetará os universitários. De acordo com o médico, a PUCRS tem diversas parcerias com outras universidades que suprem a necessidade prática dos futuros profissionais formados pela instituição.
— O nosso foco tem sido, cada vez mais, na alta complexidade, tanto para o retorno para a sociedade quanto para as práticas dos alunos — ressaltou.