O coronavírus surgido na China e já registrado em vários outros países, como os Estados Unidos, provocou a morte de nove pessoas e infectou cerca de 400. As informações foram reveladas nesta quarta-feira (22) no último boletim divulgado pelas autoridades de saúde chinesas.
A vice-ministra da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin, alertou que o coronavírus pode sofrer mutação e se propagar mais rapidamente.
A comissão anunciou medidas para conter a doença diante da viagem que milhões de pessoas farão nesta semana durante feriadão do Ano Novo Lunar, data simbólica para o país asiático. Entre as medidas, estão a desinfecção e a ventilação de aeroportos, estações de trem e shoppings.
— Quando for necessário, os controles de temperatura também serão adotados em áreas-chaves e locais muito frequentados — informou a Li Bin.
O coronavírus, da mesma família do vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, da sigla em inglês), já foi identificado na Tailândia, Japão e Coreia do Sul, assim como em várias cidades chinesas.
Na terça-feira (21), os Estados Unidos confirmaram o primeiro caso no país: um homem que chegou a Seattle no dia 15 de janeiro, procedente da China.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) se reunirá nesta quarta-feira (22) para decidir se irá declarar ou não o surto como uma emergência pública internacional de saúde. As informações sobre o vírus, porém, ainda são escassas, e ainda não é claro qual sua gravidade fora da China.
O principal foco da doença é a cidade chinesa de Wuhan, onde as autoridades intensificaram os controles de febre no aeroporto, estações de trem e estradas. Em Wuhan, foi cancelado um importante evento do Ano Novo Lunar, que a cada ano atrai milhares de pessoas.
Primeiro alerta
O primeiro alerta do coronavírus foi recebido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 31 de dezembro de 2019. As autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan, de 11 milhões de habitantes.
São adotadas medidas de isolamento de pacientes e exames para se identificar a origem da pneumonia. A agência americana para Vigilância e Prevenção de Doenças (CDC) identifica um grande mercado de frutos do mar como a origem das infecções.
Novo coronavírus
As primeiras análises da sequência do vírus realizadas por equipes chinesas, anunciadas no dia 9 de janeiro pela OMS, revela que os casos de pneumonia se devem a um novo coronavírus.
Primeira morte
Funcionários chineses de saúde anunciam a primeira morte no dia 11 de janeiro, entre pacientes com o novo vírus.
Primeiro caso fora da China
Em 13 de janeiro, a OMS informou o primeiro caso de pessoa infectada fora da China, na Tailândia: uma mulher com pneumonia leve que regressava de uma viagem a Wuhan.
Logo surgiram informações sobre casos no Japão, Coreia do Sul, Tailândia e Taiwan. No dia 21 de janeiro foram anunciados um caso na Austrália e outro nos Estados Unidos.
Controles nos Estados Unidos e Ásia
Em 17 de janeiro, os Estados Unidos anunciam procedimentos de detecção em três importantes aeroportos do país, incluindo um em Nova York.
Quatro dias mais tarde — Tailândia, Hong Kong, Singapura, Austrália e Rússia — intensificam os controles sobre a chegada de voos a partir das zonas de risco.
Transmissão humana "provada"
A transmissão de pessoa para pessoa foi "provada", admitiu o cientista chinês Zhong Nanshan à rede estatal CCTV. Na China, a doença já está presente em Pequim (norte), Xangai (leste) e Shenzhen (sul).
No dia 22 de janeiro, o vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin, anuncia que o vírus, que se transmite através das vias respiratórias, "poderá sofrer mutação e se propagar mais facilmente".