Um estudo que acompanhou 32 mil americanos durante três anos mostra que os consumidores de cigarros eletrônicos aumentaram seu risco de desenvolver as mesmas doenças pulmonares crônicas que os fumantes comuns. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (16), são da pesquisa sobre a população usuária de tabaco, que acompanhou adultos entre 2013 e 2016.
Nos Estados Unidos, já havia sido estabelecido um vínculo entre o uso do vaporizador e uma doença grave que causou 52 mortes em 2019. No entanto, essa enfermidade é muito específica e está associada a um tipo de recarga – frequentemente vendida de forma ilícita e clandestina –, que contém maconha e um ingrediente tóxico, o óleo de vitamina E.
O estudo publicado nesta segunda-feira é mais amplo e estatístico. Ele mostra que aqueles que utilizaram vaporizadores tinham 30% mais chances de desenvolver doenças pulmonares crônicas como bronquite, asma, enfisema, ou doença pulmonar obstrutiva crônica em comparação com as pessoas que não usaram.
Quando as pessoas utilizam vaporizadores e fumam cigarros ao mesmo tempo, o que é comum, o risco triplica.
— Concluímos que os cigarros eletrônicos são prejudiciais por si mesmos, com efeitos que ocorrem independentemente do consumo de tabaco convencional — disse um dos autores, Stanton Glatz, professor de Medicina e diretor do Centro de Pesquisa sobre Tabaco da Universidade da Califórnia, em São Francisco.
Esse é o primeiro estudo que rastreia os vaporizadores ao longo do tempo e mostra esse vínculo, segundo os autores, que publicaram seu trabalho na revista American Journal of Preventive Medicine.