O Rio Grande do Sul teve confirmados mais oito casos de sarampo em 2019, elevando o total para 44. Com isso, o Estado acende um alerta para o aumento da circulação da doença: o número está próximo do ano passado, quando o sarampo voltou a ser registrado em território gaúcho, alcançando 47 casos.
De 2012 a 2017, nenhum caso havia sido registrado no Estado. No entanto, os baixos índices de vacinação fizeram com que o sarampo voltasse a circular em 2018. Isto, aliado a casos em outros Estados, fez com que o Brasil perdesse a certificação de país livre da doença, conferido pela Organização Panamericana de Saúde (Opas). O certificado havia sido obtido em 2016.
A técnica da Vigilância Epidemiológica do Estado, Juliana Patzer, alerta para uma particularidade de 2019 em relação ao ano passado: o fato de a maior parte dos casos confirmados do país ser do Estado de São Paulo. Isso aumenta as chances de o número de pacientes infectados continuar subindo em outras regiões.
— Estamos nos aproximando do número do ano passado, mas a perspectiva é pior. O Estado de São Paulo tem uma capacidade muito maior de exportar o vírus para outros Estados do que o Amazonas, que tinha o maior número de casos em 2018. Nos preocupa também o aumento de pessoas infectadas na região sul, nos Estados de Paraná e Santa Catarina — alerta.
No Brasil, foram confirmados 11.896 casos em 21 unidades da federação neste ano, sendo que 86,6% estão concentrados em São Paulo. Quinze pessoas morreram pela doença, sendo 14 em São Paulo e uma em Pernambuco.
Perfil dos casos
Os oito novos casos foram registrados em Gravataí, Cachoeirinha e Tramandaí. Dois deles são em crianças com menos de um ano: uma tem três meses (fora da faixa etária apta a ser vacinada), moradora de Gravataí, e uma tem 11 meses, moradora de Cachoeirinha, que não havia se vacinado. Segundo o boletim do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), nenhuma delas tem histórico de viagem ou de contato com nenhum caso confirmado anteriormente.
As outras três confirmações de Cachoeirinha têm 16, 18 e 21 anos, sendo que os dois adolescentes são alunos da mesma escola. Nenhum dos três apresenta registro de vacinas. Outros dois casos de Gravataí são em jovens de 21 e 25 anos, também sem histórico de viagem.
Já em Tramandaí, o primeiro caso confirmado na cidade tem 38 anos e histórico de viagem para o município de São Paulo.
Do total de 44 casos registrados no Estado até agora, 10 são em crianças com menos de um ano. Outros 24 casos são de jovens entre 15 e 29 anos. Segundo o boletim do Cevs, cerca de 75% dos pacientes infectados em 2019 não se vacinaram contra o sarampo, ou tinham esquema incompleto.
Vacinação
A vacina contra o sarampo é disponibilizada gratuitamente na rede pública para pessoas entre seis meses e 49 anos de idade. Profissionais de saúde de todas as idades também podem se vacinar.
Está em andamento a segunda fase da campanha de vacinação, com foco em jovens de 20 a 29 anos que ainda não foram vacinados ou que estão em atraso com alguma dose. No próximo sábado (30), postos de saúde estarão abertos em todo o país no Dia D de vacinação. Porto Alegre terá 45 postos de saúde abertos e uma unidade móvel na Redenção.
Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. Qualquer indivíduo que apresentar febre e manchas no corpo, acompanhado de tosse, coriza ou conjuntivite deve procurar os serviços de saúde para a investigação, principalmente aqueles que estiveram nos 30 dias anteriores em viagem a locais com circulação do vírus.
Cidades com casos registrados
Porto Alegre (13), Cachoeirinha (15), Gravataí (08), Dois Irmãos (01), Ijuí (02), Alvorada (02), Canoas (02) e Tramandaí (01).