Na manhã desta terça-feira (12), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgou uma pesquisa sobre a situação da vacinação infantil no Rio Grande do Sul. O objetivo foi identificar as causas para a baixa cobertura vacinal no Estado e apontar soluções para mudar esse cenário.
— Queremos mostrar quais são os fenômenos nos quais podemos traçar estratégias, com vistas a ampliar a cobertura — justificou a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.
De acordo com os dados, levantados pelo Amostra Instituto de Pesquisa, as vacinas que mais registraram baixa cobertura foram: gripe, sarampo, febre amarela e varicela.
Os principais motivos para esse fenômeno foram a desinformação e o descaso, chegando a 59%. Dentro desse marcador, foram ouvidos argumentos como esquecimento, medo dos efeitos colaterais, falta de tempo, descrença nas vacinas, perda da carteirinha de vacinação, entre outros.
— Lembrando que a caderneta não é pré-requisito, o que mostra a desinformação ou falta de compromisso — destacou Arita.
A saúde da criança e os problemas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) também foram apontados como motivos de os entrevistados não vacinarem as crianças. Sobre os postos, prevaleceram respostas como falta de vacina, horário de atendimento, localização e insatisfação com o atendimento.
De acordo com Tani Ranieri, chefe da divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), neste ano não foi registrada falta das quatro vacinas mais citadas em atraso.
Plano de ação
Ainda sem dar mais detalhes, Arita disse que a SES pretende reforçar o trabalho de aperfeiçoamento das equipes de atendimento primário — como de agentes comunitários, por exemplo — e melhorar a comunicação das campanhas de vacinação. Ela acredita que campanhas mais incisivas, mostrando as consequências reais da não vacinação, podem sensibilizar a população.
— Abrimos a campanha de vacinação contra a gripe e a cobertura é muito baixa. Basta uma morte no Estado para que todos corram para os postos. Não queremos mortes. Queremos mostrar que a falta de vacina pode ter um desfecho indesejado — falou.
Fora isso, a SES também tem no horizonte ampliar a comunicação com o público jovem, que, segundo o levantamento, é dos mais afetados pela desinformação.
A pesquisa
Conduzido entre os dias 19 e 30 de setembro deste ano, o levantamento teve como público-alvo pais, mães e responsáveis por crianças menores de seis anos que deixaram de aplicar alguma vacina do calendário básico preconizado pelo Ministério da Saúde. Ao todo, foram ouvidas 1.371 pessoas de 13 municípios (leia abaixo) que tiveram baixa cobertura vacinal por macrorregião, explicou Magrid Sauer, diretora do Amostra.
Do total de entrevistados, a maioria absoluta era composta por mulheres (90,3%). Conforme Magrid, os homens ouvidos não sabiam as informações referentes à imunização das crianças. Outro dado importante evidenciado pelo levantamento foi que 64,9% dos entrevistados tinham até 24 anos.
— É um público jovem. São mães que não viveram o surto de sarampo. Nossa ideia é investir mais nessa faixa etária — defendeu Arita.
Os números
- 90,3% dos entrevistados eram mulheres
- 64,9% tinham até 24 anos
- 87,8% tinham Ensino Fundamental ou Médio
Os municípios
- Erechim
- Itaqui
- Nova Prata
- Osório
- Pelotas
- Pinheiro Machado
- Porto Alegre
- Rio Pardo
- Santana do Livramento
- Santa Cruz do Sul
- Tapera
- Taquara
- Tupanciretã